Simone Tebet prevê 1ª Rota da Integração Sul-Americana inaugurada na COP30

Trata-se da Rota Amazônica que saí de Manaus (AM) e vai até o Oceano Pacífico nos portos de Tumaco, na Colômbia; Manta e Guayaquill, Equador; e Paita e Chancay; no Peru

A ministra Simone Tebet durante audiência no Senado (Foto: Geraldo Magela)

A ministra do Planejamento, Simone Tebet, diz que o governo deve inaugurar uma Rota da Integração Sul-Americana, das cinco programadas, até a realização da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em Belém (PA), em novembro de 2025.

Trata-se da Rota Amazônica que saí de Manaus (AM) e vai até o Oceano Pacífico nos portos de Tumaco, na Colômbia; Manta e Guayaquill, Equador; e Paita e Chancay; no Peru.

“É a rota mais ecologicamente sustentável. Ela é toda hidroviária pelo lado do Brasil. Essa rota, no aspecto de logística, de infraestrutura, está pronta. O que falta nessa rota? Uma dragagem, que está sendo executada agora, pois já foi dada a ordem de serviço”, anunciou a ministra durante audiência conjunta, nesta terça-feira (2), nas comissões de Infraestrutura e de Desenvolvimento Regional do Senado.

A ministra fez referência à dragagem e sinalização do rio Solimões na hidrovia entre Manaus e Tabatinga, município onde será construída uma Alfandega da Receita Federal. “Esta é uma rota que podemos inaugurar na COP 30”, disse.

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“Já conversamos com o ministro Haddad (Fernando, da Fazenda), com a Receita Federal e estivemos em Tabatinga. Nós vimos que lá tem um prédio do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) subutilizado que poderia servir de base para que a Receita Federal pudesse entrar”, revelou Tebet.

De acordo com a ministra, a rota em questão assume “grande importância” por causa da construção do porto peruano de Chancay.

“É o maior investimento da China na América do Sul e vai ser inaugurado em novembro deste ano. O presidente da China (Xi Jinping), provavelmente, vai vir para a inauguração e, a partir daí os empresários brasileiros têm nos procurado”, afirmou.

Por meio dessa rota de número 2, a ministra explicou que poderão ser exportados os produtos das regiões Norte, Centro Oeste e Nordeste.

“Nós temos possibilidade de chegar a pelo menos em quatro portos da América do Sul e pelo Pacífico chegar à China”, afirmou a ministra.

Pelo lado brasileiro, a potencialidade da rota é a exportação de produtos da bioeconomia, máquinas, equipamentos e bens de consumo de Manaus para Peru, Equador e Colômbia, além da Ásia e América Central. O Brasil terá condições de importar têxteis, peixes e bananas.

Outros produtos da Zona Franca de Manaus poderão ser promovidos para exportação como motocicletas, canetas, barbeadores, aparelhos de tevê e de som; bens de bioeconomia e indústria naval.

Atualmente pela rota já são exportadas embarcações para o transporte de mercadorias ou de pessoas, iates de recreio, preparações capilares, açúcar de cana, polpa de frutas e arroz.

Nela, o país importa partes para motores diesel, bombas para combustíveis, válvulas de admissão ou de escape para motores, pistões e velas de ignição.

A ministra disse que todos os projetos das rotas até 2028 estarão bem estruturados. As cinco Rotas da Integração Sul-Americana afetam os 11 estados brasileiros que fazem fronteira com países da região. Elas envolvem um total de 190 projetos, como rodovias, ferrovias, hidrovias, portos e aeroportos, além de infovias e linhas de transmissão de energia.

Tebet ainda explicou que todas obras estão no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), portanto, não haverá impacto fiscal.

A ministra afirmou que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai abrir US$ 10 bilhões em linhas de financiamento para viabilizar as rotas. Desse total, US$ 3 bilhões serão destinados a estados e municípios brasileiros. Os US$ 7 bilhões restantes vão financiar obras nos demais países do continente.

“Colocando isso em prática, vamos ter um cenário absolutamente diferente. Ninguém vai conseguir competir com o Brasil no mundo, no que se refere à nossa fronteira agrícola”, observou.

Confira as cinco rotas propostas pelo governo:

Rota 1 — Ilha das Guianas: exportação de alimentos e bens de consumo final para a Venezuela e a Guiana, além da Ásia e do Mercado Comum e Comunidade do Caribe;

Rota 2 — Amazônica: exportação de produtos da bioeconomia, máquinas, equipamentos e bens de consumo de Manaus para Peru, Equador e Colômbia, além da Ásia e América Central;

Rota 3 — Quadrante Rondon: exportação de alimentos, máquinas, equipamentos e bens de consumo final para a Peru, Bolívia e Chile, além do mercado asiático;

Rota 4 — Bioceânica de Capricórnio: exportação de alimentos, máquinas e equipamentos e bens de consumo final para Paraguai, Argentina e Chile, além do mercado asiático; e

Rota 5 — Porto Alegre–Coquimbo: exportação e importação de insumos, alimentos, máquinas

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