Paris elege nove deputados da esquerda e rechaça extrema-direita
O número representa a metade das 18 cadeiras da Assembleia Nacional reservadas para a capital francesa. Entenda como é o sistema eleitoral para o legislativo francês
Publicado 02/07/2024 16:09 | Editado 03/07/2024 19:34
A capital Paris exortou a extrema direita no primeiro turno das eleições legislativas, realizado no último domingo (30). Dos 18 distritos eleitorais, o Reunião Nacional (RN), partido de Marine Le Pen e Jordan Bardella, só conseguiu se classificar para o segundo turno em apenas um, enquanto a esquerda liderou as intenções de voto. A coligação do presidente Emmanuel Macron também obteve mais classificações para a disputa da Assembleia Nacional do que o RN.
A cidade também lidera as manifestações de rua contra o Reunião Nacional e sua coalizão, como o Vermelho relatou neste domingo.
A França realiza nesta semana eleições para a Assembleia Nacional, dissolvida por Macron após o desempenho arrasador da extrema direita nas eleições para o parlamento europeu.
O sistema político francês divide o país em 577 círculos eleitorais, cada um deles representado por apenas um deputado. Para ser eleito, o deputado precisa conquistar maioria simples (50% + 1 voto) no primeiro turno, realizado no último domingo (30), ou ser o mais votado (proporcionalmente) em um segundo turno, marcado para o próximo domingo (7), disputado não apenas por dois, mas pelo número de postulantes que alcançar um mínimo de 12,5% dos votos.
Das 18 cadeiras destinadas a candidatos da capital francesa, nove foram decididas no primeiro turno após os candidatos alcançarem mais de 50% dos votos no círculo eleitoral. Os nove são da Nova Frente Popular (NFP), a coalizão de esquerda liderada por Jean-Luc Mélenchon (França Insubmissa).
Dos outros nove círculos eleitorais, a coligação liderada por Macron, o Juntos (Ensemble, em francês), obteve mais votos em cinco deles, mas sem conseguir a maioria (mais de 50%). A NFP ainda liderou a corrida por outras três cadeiras parisienses na Assembleia Nacional, mas vai precisar disputar o segundo turno para assegurar estes assentos.
Por outro lado, o Reunião Nacional foi escorraçado e só obteve uma classificação para disputar o segundo turno. O partido de Le Pen e Bardella ficou atrás até mesmo da coligação União da Extrema Direita, liderada pela dissidência do partido Republicano, que apoiou o RN e por isso foi expulso do partido de Nicolas Sarkozy. A União da Extrema Direita obteve duas classificações para disputar o segundo turno.