Lula defende “distensionar ganância por acúmulo de riquezas”
Fala ocorreu durante reunião do Conselhão, após pressão do mercado por corte de gastos em prejuízo da maioria da população
Publicado 28/06/2024 16:45 | Editado 28/06/2024 17:36
Em discurso que encerrou a terceira reunião plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, conhecido como Conselhão, nesta quinta-feira (27), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender que um dos principais focos de seu governo é a luta contra a desigualdade. “É possível distensionar a ganância por acúmulo de riquezas de alguns e tentar repartir um pouco do pão produzido neste País”.
Lula também afirmou: “É preciso que vocês estudem a macroeconomia, mas saibam o que está acontecendo lá embaixo. Não a pessoa que tomou R$ 1 bilhão emprestado, mas a pessoa que tomou R$ 5 mil emprestados, R$ 10 mil emprestados, que tomou R$ 500 mil emprestado. Essa economia está a todo vapor.”
As colocações foram feitas em meio a um cenário de pressão feita pelo mercado e por boa parte dos analistas e veículos de comunicação nos últimos dias em relação ao controle dos gastos governamentais, o que, na prática, significa menos recursos para políticas públicas e para o povo que mais precisa.
Lula salientou, ainda, que “muito dinheiro na mão de poucos significa pobreza, desemprego, prostituição, desnutrição, analfabetismo. Pouco dinheiro na mão de muitos significa exatamente o contrário: mais educação, mais saúde, melhor transporte, mais salário”.
O presidente também declarou, sobre seu terceiro mandato, que só voltou porque tem “consciência de que este país vai dar certo”. E acrescentou: “eu jamais voltaria a ser presidente da República, depois de ter saído com 87% de bom e ótimo, 10% de regular e 3% de ruim. Eu voltaria para quê? Porque este País estava precisando de alguém que cuidasse desse povo. De alguém que olhasse com um pouco de carinho para as pessoas que não tiveram a mesma chance que eu”.
Durante a reunião, Lula aproveitou para assinar decretos e leis que foram gestados nos debates do Conselhão.
Foram sancionadas as leis que estabelecem o Marco Regulatório do Fomento à Cultura; as diretrizes para a elaboração de planos de adaptação à mudança do clima; a que institui o Programa Mobilidade Verde e Inovação (Programa Mover), para pesquisa e produção de veículos verdes e menos poluentes e que inclui a taxação de produtos comprados pela internet a partir de US$ 50.
Além disso, foram assinados os decretos relativos à Política Nacional para a Primeira Infância; ao Programa Nacional de Projetos Tecnológicos de Alto Impacto e à Estratégia Nacional de Economia Circular.
Com agências
Foto: Ricardo Stuckert