Com nova doação, Noruega supera R$ 3 bi de aporte ao Fundo Amazônia

Antes disso, o país já era responsável por 89,9% dos recursos recebidos pelo programa, seguido por Alemanha (8,4%), Suíça (0,8%), Petrobras (0,5%) e Estados Unidos (0,4%)

Aeronave do Ibama atuando no combate ao desmatamento na região (Foto: Divulgação/MMA)

A Noruega formalizou nesta quarta-feira (26) ao Banco de Desenvolvimento de Econômico e Social (BNDES) uma doação de R$ 273 milhões [US$ 50 milhões] ao Fundo Amazônia. Dessa forma, o país se consolida como o maior doador para o programa com recursos que ultrapassam R$ 3 bilhões.

O primeiro aporte daquele país foi feito em 2009. A nova doação foi compromissada na última COP, em Dubai, dezembro passado. 

Em 2023, o Fundo fechou com R$ 3,5 bilhões de recursos acumulados desde sua criação. A Alemanha doou R$ 107 milhões, os Estados Unidos R$ 15 milhões e Suíça R$ 28 milhões.

Antes da nova doação, a Noruega era responsável por 89,9% dos recursos já recebidos, seguido por Alemanha (8,4%), Suíça (0,8%), Petrobras (0,5%) e Estados Unidos (0,4%).

As doações de R$ 497 milhões do Reino Unido e de R$ 80 milhões da Alemanha estão contratadas e ainda irão ingressar no Fundo nos próximos meses.

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As doações recebidas em 2023, bem como os contratos assinados com Suíça, EUA, Alemanha e Reino Unido, somam R$ 726 milhões.

“Essa nova doação da Noruega vem reafirmar nossos compromissos mútuos e abrir caminho para novos doadores seguirem esse exemplo de parceria bem-sucedida”, diz o superintendente da Área de Meio Ambiente do BNDES, Nabil Kadri, que fez o anuncio oficial durante a realização do Fórum de Florestas Tropicais de Oslo, na capital daquele país.

O BNDES divulgou os benefícios que o Fundo tem gerado na região depois de reativado.

São cerca de 1,1 milhão de imóveis inscritos no Cadastro Ambiental Rural (CAR0, mais de 75 milhões de hectares de área de floresta com manejo sustentável; quase 1.900 missões de fiscalização ambiental efetuadas; mais de 61 mil indígenas diretamente beneficiados; 613 publicações científicas ou informativas produzidas; e mais de 2.000 pesquisadores e técnicos envolvidos nas atividades de ciência tecnologia e inovação apoiadas.

Reativação

De acordo com o banco, a recriação da estrutura de governança do Fundo, um dos primeiros atos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, permitiu novas contratações e a diversificação de países parceiros.

O pagamento por resultados pela Noruega é a maior doação anunciada para 2024. O Japão se tornou este ano o primeiro país asiático a apoiar o Fundo.

 “A atuação dos governos Lula contra o desmatamento e, principalmente, seus resultados positivos ao longo dos anos, deram ao país essa autoridade e respeito para a gestão do Fundo”, avalia a diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campelo, lembrando que este é o maior fundo do mundo para Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal.

“A cada ano estamos reforçando a confiança da comunidade internacional nos compromissos de redução do desmatamento”, completou Campelo.

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