Pantanal já enfrenta os maiores focos de incêndio da história
Neste domingo (23), foram detectados pelo Inpe 3.097 focos de incêndio. O número já supera tudo que foi queimado 2023
Publicado 23/06/2024 16:01 | Editado 25/06/2024 07:52
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou, neste domingo (23), 3.097 focos de incêndio no Pantanal. O número já supera tudo que foi queimado em 2023. A fumaça tem incomodado a população por causa da proximidade das cidades como Corumbá.
De acordo com o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (LASA) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a área queimada no bioma já chegou a 576,1 mil hectares, sendo 430,1 mil hectares em Mato Grosso do Sul e 145,8 mil, em Mato Grosso.
Em nota, o governo de Mato Grosso do Sul diz que o combate está sendo feito de diversas formas como o uso de aeronaves que estão retirando água do rio Paraguai e jogando diretamente nos incêndios florestais.
No combate direto ao fogo, o Corpo de Bombeiros usa de tecnologia que permite direcionar as equipes das mais diversas formas para os locais com detecção dos focos, além de auxiliar em uma atuação mais eficiente.
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Neste sábado (22), as aeronaves do GOA (Grupamento de Operações Aéreas), do Corpo de Bombeiros e da CGPA (Coordenadoria Geral de Policiamento Aéreo), da Polícia Militar, atuaram na área conhecida como Bracinho, em frente ao Porto Geral de Corumbá.
O trabalho aéreo de combate ao fogo no Pantanal também contou com o apoio de dois helicópteros do CGPA, equipados com um balde automático, que faz a captação da água no rio ou em local próximo ao fogo.
“Tal equipamento é chamado ‘bambi bucket’ ou ‘helibalde’ e funciona com a capacidade de 820 litros, o mais moderno que tem no mercado. Ele é acionado eletronicamente, de dentro da aeronave, a partir de uma válvula que é acionada pelo piloto, que pode efetuar o disparo e dosar a quantidade de água que será lançada em cada ponto”, explica o tenente-coronel Fábio Gonçalves.
O fogo não descansa e, por isso, sequer à noite o trabalho contra ele cessa. Além disso, o trabalho do Corpo de Bombeiros no período noturno é tido como estratégico pela corporação, que aponta vantagens no combate aos incêndios florestais neste horário.
“No Pantanal o combate noturno é uma tática que usamos muito por causa das condições atmosféricas, já que ao meio-dia ou uma da tarde encontramos temperaturas de até 46°C e umidade relativa do ar com 13%, fora os ventos acima de 50 km/h. Isso dificulta muito o combate”, explica a diretora de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros, Tatiana Inoue.
Toda a atuação por terra, ar e rios em Corumbá e nas demais regiões com atuação dos bombeiros no Pantanal é coordenada pelo SCI (Sistema de Comando de Incidentes), em Campo Grande. Tal ferramenta está sob a estrutura do Governo do Estado.
“É complexo e muito importante, pois a coordenação é integrada com todas as forças de segurança, do Estado e também da União, que trabalham no combate”, explica o subcomandante-geral do Corpo de Bombeiros e chefe das operações de combate a incêndios, coronel Adriano Rampazo.