Argentina envia ao Itamaraty lista de foragidos do 8 de janeiro

Com os dados coletados pelos argentinos, inicia-se o processo do pedido de extradição desses foragidos pelas autoridades brasileiras. A solicitação deve ser feita pela PF

O governo argentino enviou, nesta quarta (19), ao Itamaraty uma lista de 62 brasileiros que fugiram para o país com mandados de prisão em aberto pelos atos golpistas de 8 de janeiro. Segundo o informe, 13 dos foragidos já saíram da Argentina e um teve a entrada recusada.

O movimento ocorre após a Casa Rosada ser pressionada pelo Planalto e questionada por jornalistas em coletiva de imprensa do porta-voz do presidente Javier Milei, Manuel Adorni.

A PF (Polícia Federal) estima haver mais de 180 foragidos espalhados na Argentina, Paraguai e Uruguai.

O Ministério das Relações Exteriores recebeu o documento e o encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF), na última terça (18). O STF havia solicitado ao Itamaraty que fizesse a consulta ao governo argentino.

A maioria dos golpistas não passou pelas barreiras migratórias, ainda que uma parte tenha pedido refúgio ao governo argentino.

Com os dados coletados pelos argentinos, inicia-se o processo do pedido de extradição desses foragidos pelas autoridades brasileiras. A solicitação deve ser feita pela PF.

Havia dúvidas sobre como o governo de extrema-direita se comportaria diante de um pedido de colaboração, já que as defesas de investigados e condenados afirmam haver perseguição política no Brasil.

O governo da Argentina negou haver um “pacto de impunidade” entre Milei e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para assegurar asilo político aos brasileiros investigados pelo 8 de Janeiro.

“Claramente não fazemos pacto de impunidade com absolutamente ninguém. Você se referiu ao Bolsonaro, não, não fazemos pactos de impunidade, nem jamais faremos com ninguém. E, por outro lado, é efetivamente uma questão judicial. A justiça tomará as medidas correspondentes quando chegar a hora de tomá-las e nós as respeitaremos como respeitamos cada decisão judicial”, respondeu o porta-voz ao ser questionado por um jornalista durante uma coletiva.

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