Apesar de pausa diária, Israel amplia ataques e mata 17 palestinos
Mesmo com anúncio de interrupção diária por 11 horas nos ataques para a entrada de ajuda humanitária, exército israelense ampliou os bombardeios em Rafah e fez novas vítimas
Publicado 18/06/2024 12:14 | Editado 19/06/2024 12:40
O exército israelense tem feito “pausa tática diária”, período em que deve ser permitida a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza. O período de 11 horas, entre 8h e 19h, foi iniciado na segunda (17), mas apesar desse quase meio dia de trégua, os ataques se intensificaram em Rafah, no sul do enclave, e mataram 17 palestinos.
Equipes médicas de Gaza acreditam que o número pode ser maior, porém ainda não é possível a confirmação de mais mortes porque muitas áreas estão inacessíveis.
Leia mais: Manifestantes bloqueiam rodovias em Israel em protesto contra Netanyahu
Os ataques aéreos atingiram dois campos de refugiado na cidade, Al-Nuseirat e Al-Bureij, e permitiu o avanço das tropas terrestres. Mais de um milhão de pessoas estavam refugiadas em Rafah antes de o exército mirar suas forças para lá. Agora os refugiados tentam ir para o norte de Gaza.
Relatos dão conta que os militares avançaram para o oeste e centro de Rafah, com avanços também na ocupação no Leste, onde está localizada a fronteira com o Egito – uma passagem vital para a entrada de ajuda.
Para agências de notícias, moradores falam em destruição indiscriminada do campo de refugiados.
Pressão internacional
A ampliação dos ataques ocorre em um cenário de incertezas em que o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu dissolveu o Gabinete de Guerra em meio à pressão por cessar-fogo. Na semana anterior o Conselho de Segurança da ONU havia aprovado uma resolução pela a interrupção das hostilidades.
Na segunda-feira (17), manifestantes israelenses tomaram as ruas de Israel e bloquearam importantes rodovias e cruzamentos em todo o país, acendendo fogueiras e erguendo barricadas em atos de descontentamento. O cenário é de profunda insatisfação e mobilização popular contra o governo.