Manifestantes bloqueiam rodovias em Israel em protesto contra Netanyahu

Tensão vem de parentes de reféns,, judeus ortodoxos que não querem servir, setores políticos que rejeitam Netanyahu e seu próprio gabinete de guerra.

Uma maioria em Israel teme o abismo para onde Netanyahu os está levando como estado pária.

Grupos de manifestantes israelenses tomaram as ruas e bloquearam importantes rodovias e cruzamentos em todo o país, acendendo fogueiras e erguendo barricadas em um ato de descontentamento contra o governo. Segundo a mídia israelense, a insatisfação popular se intensificou devido à forma como o governo lidou com a guerra em Gaza.

O cenário em Israel é de profunda insatisfação e mobilização popular contra o governo. Com protestos se intensificando e demandas por mudanças políticas urgentes, o país enfrenta um momento crítico de sua história recente.

Os manifestantes obstruíram a Rota 1 em direção a Jerusalém e a Rota 4 próximo a Ra’anana, no centro de Israel. Eles exigem que o governo feche um acordo para troca de cativos e convoque novas eleições, de acordo com informações do The Times of Israel. O bloqueio das rodovias é parte de uma série de ações coordenadas para pressionar o governo.

Escaramuças e prisões em Tel Aviv

O movimento segue uma manifestação em Tel Aviv no sábado à noite, onde a polícia dispersou os protestos, resultando em confrontos e na prisão de 12 pessoas. Entre os detidos estava Itay Ron, um fotógrafo do jornal Haaretz, que foi preso enquanto cobria os protestos. Vídeos do incidente mostram Ron sendo empurrado para dentro de um ônibus por um policial disfarçado, apesar dos protestos dos observadores de que ele era jornalista.

A tensão interna está sendo alimentada por figuras proeminentes como o ex-primeiro-ministro Ehud Barak, que convocou os israelenses a se mobilizarem contra o governo de Benjamin Netanyahu. Barak pede para que um milhão de israelenses protestem ao redor do Knesset, o parlamento israelense, porque acredita “que este governo está levando Israel ao abismo”.

Descontentamento com o Exército

Os ativistas antigovernamentais estão se preparando para uma semana de intensos protestos. As manifestações começaram com o bloqueio de rodovias e seguirão com uma grande reunião em frente ao Knesset, culminando em uma marcha até a residência do primeiro-ministro Netanyahu. Eran Schwartz, líder do grupo de protesto Livre em Nossa Terra, enfatiza a necessidade de eleições antes do aniversário de 7 de outubro para iniciar um processo de cura nacional.

A questão das isenções ao recrutamento militar para os 15% de judeus ultraortodoxos Haredi é outra fonte de tensão. Analistas como Elijah Magnier apontam que essa isenção cria um fardo desigual na sociedade israelense, exacerbando tensões políticas e sociais. Embora sejam os maiores defensores do genocídio palestino, os judeus ortodoxos protestam contra as tentativas legislativas de obrigá-los a servir.

A insatisfação com o serviço militar também está crescendo, com 42% dos alistados, incluindo profissionais e reservistas, expressando desejo de não se alistar novamente. Magnier destacou que cerca de 10 mil soldados e oficiais buscaram ajuda médica e psicológica devido ao estresse da guerra. A atuação do exército e o confronto com grupos determinados estão minando a moral das tropas.

Protesto de judeus ortodoxos contra tentativas de tornar o serviço militar obrigatório para eles

A pressão sobre o governo israelense não vem apenas dos cidadãos, mas também da comunidade internacional. Analistas políticos, como Akiva Eldar, destacam que Israel está se tornando cada vez mais isolado no cenário mundial devido à sua postura em relação a Gaza. Eldar mencionou que nunca se sentiu tão desconfortável em apresentar seu passaporte israelense em viagens internacionais, refletindo a crescente desaprovação global. “Israelenses não são mais bem-vindos em todo lugar”.

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