Ministro diz que fake news prejudica trabalho dos que salvam vidas no RS

“O que leva um indivíduo no momento de união, reconstrução, esforço pra salvar vidas se dedicar a produzir mentiras, desinformação e fake news?”, indagou Paulo Pimenta

Ministro Paulo Pimenta na CCJ da Câmara. (Foto: Thiago Coelho/PT na Câmara)

O ministro extraordinário de Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, confirmou nesta terça-feira (11), na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, que todas as fake news produzidas para prejudicar o trabalho de ajuda humanitária às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul serão investigadas.

“Na hora em que nós estávamos trabalhando para salvar vidas, pessoas estavam se dedicando a produzir desinformação para tirar energia e capacidade de trabalho daqueles que estavam na linha de frente. Eu tomarei, sim, as providências adequadas para defender o povo gaúcho e o trabalho de salvamento que estamos realizando”, respondeu o ministro, que foi convidado para falar sobre uso da Polícia Federal (PF) contra opositores ao governo.

“O que leva um indivíduo no momento de união, reconstrução, esforço pra salvar vidas se dedicar a produzir mentiras, desinformação e fake news?”, questionou.

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A partir daí, ele passou a enumerar diversas fake news que foram retiradas do ar por ordem judicial, entre as quais a que o standart de distribuição de Passo Fundo estava estocando doações; caminhões com doações parados nos postos ficais para exigir nota fiscal; doações paradas nos centros logísticos do estado; o governo estava promovendo eutanásia para diminuir a população de animais para reduzir a superpopulação dos abrigos; 40 jet ski do Corpo de Bombeiros guardados para evitar que fossem danificados; posto médico legal de Canoas estava atestando causa morte de vítimas das enchentes indeterminada; aeronaves particulares impedidas de abastecer na academia da Polícia Militar; e 2 mil corpos congelados estavam armazenados nos frigoríficos de Canoas.

O autor do requerimento de convite ao ministro, o bolsonarista Paulo Bilynskyj (PL-SP) tentou constranger o ministro por ele ter levado a esposa num evento do Rio Grande do Sul numa aeronave militar.

“Se minha esposa me acompanhou em um roteiro no estado? Sim, sou ministro, participo de eventos públicos e muitas vezes a minha esposa me acompanha. Não posso dizer o mesmo do senhor. Se o senhor acha que tem alguma coisa estranha nisso, inclusive tenho uma relação com ela de respeito. A minha delegação sou eu que escolho e com ela eu mantenho uma relação de respeito, sem violência, sem agressão e para mim é um orgulho ela poder andar junto comigo”, respondeu o ministro, desorientando o deputado cuja ex-namorada suicidou-se na frente dele.

O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) disse que se sentiu constrangido com a reunião. “Eu tinha para mim que a quarta-feira passada tinha sido o último momento de fundo de poço que a Câmara dos Deputados teria se metido, mas hoje eu percebi que a capacidade da Câmara cavar mais o buraco em que se mete não tem limite”, afirmou.

Orlando também disse que o Congresso teria que refletir sobre o orçamento do Rio Grande do Sul para 2025 e até pensar num plano plurianual para reconstrução do estado. Tal programação estaria estruturada em prioridades como a reconstrução da infraestrutura física e social.

Agradecimentos

Na sua fala inicial, o ministro usou a maior parte do tempo para falar do trabalho que está sendo feito no estado. Agradeceu a onda de “solidariedade, de apoio, de carinho, de afeto do povo brasileiro ao povo gaúcho”.

“Nós assistimos, nesse período de pouco mais de 30 dias, a uma das mais impressionantes mobilizações de solidariedade que eu já tinha presenciado. Fico muito feliz de poder estar aqui hoje e ter esta oportunidade de publicamente fazer esse reconhecimento e esse agradecimento”, disse.

O ministro afirmou que o Rio Grande Sul não enfrentou uma chuva qualquer. “Nós não estamos enfrentando mais uma enchente como tantas enchentes que já presenciamos em outras oportunidades. Nós estamos falando de uma situação, de uma catástrofe que atingiu 478 municípios”.

“Nesse momento ainda temos 18.854 pessoas em abrigos, chegamos a ter quase 80 mil pessoas em abrigos. Ainda temos 423.486 pessoas desalojadas, pessoas que ainda se encontram fora de casa”, disse.

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