Itamaraty trabalha para retirar brasileiros feridos da zona de conflito no Líbano
Líbano-brasileira está em estado grave em um hospital de Tiro, no sul do país, mas a recomendação médica é de remoção para um hospital com maior infraestrutura, em Beirute
Publicado 03/06/2024 10:15 | Editado 04/06/2024 12:32
Os filhos da líbano-brasileira Fatima Boustami ainda estão na zona de conflito armado no sul do Líbano, onde o exército israelense lançou neste domingo (2) um ataque aéreo com diversas mortes civis.
Fatima foi internada no hospital Libanês Italiano, em Tiro e, até o fim do domingo, seu estado era gravíssimo, segundo Hussein Ezzddein. Dois filhos da brasileira, Zahraa e Ali, de 9 e 10 anos, também foram internados. Eles assistiam a televisão no momento do bombardeio, na cidade de Saddikine, no sul do Líbano.
Ao jornal O Globo, um familiar disse ter pedido com urgência as autoridades brasileiras que transfiram para uma área segura outros dois filhos da brasileira, Mariam e Wajih. As crianças têm 7 e 12 anos, respectivamente, e estavam na casa da avó, que não foi atingida pelo bombardeio israelense.
“A mãe está entre a vida e a morte. As crianças estão perdidas, não sabem com quem falar, sem a mãe e sem o pai. Elas estão em região de muito ataque. Estamos pedindo socorro para trazer pelo menos essas crianças para Beirute [capital do Líbano]”, contou Ezzddein, primo do casal que mora no Brasil.
“O governo brasileiro manifesta sua indignação e condena o bombardeio de ontem, dia 1°, em Saddikine, no Sul do Líbano, que resultou em ferimentos em três cidadãos brasileiros”, diz a nota.
A imprensa, diplomatas afirmaram que o mais importante no momento é a saúde das vítimas, que devem ser transferidas até esta segunda (3) para Beirute, capital do país, para receber melhores cuidados médicos.
A agência de notícias do Líbano também reportou a morte de dois civis na cidade de Houla. Fontes do governo libanês afirmaram que outros ataques aéreos atingiram as cidades de Aita al-Shaab, Naqoura, Al-Dhahira, e Yarine.
O exército de Israel lançou, neste domingo (2), um bombardeio na região sul e leste do Líbano, onde o conflito com a facção armada do Hezbollah tem crescido.
Em meio a tratativas avançadas para um cessar-fogo entre Hamas e o exército de Israel, o gabinete de guerra israelense, capitaneado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, tem apontado seu foco para outros lugares da região.
Além do sul do Líbano, a cidade de Alepo, na Síria, também sofreu ataques aéreos neste domingo.
A ofensiva de Netanyahu preocupa a comunidade internacional e soa um alerta a possibilidade de novos civis e inocentes perderem suas vidas em ataques de baixa precisão do exército israelense.
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