Nível do Rio Guaíba cai abaixo da cota de inundação após um mês de cheias históricas

Com o recuo das águas, moradores retornam às suas casas enquanto o estado contabiliza os danos das fortes chuvas, que causaram mais de 160 mortes e deixaram milhares desabrigados.

Inundação causada pela alta do Guaíba em Porto Alegre (RS) | Foto: Governo do RS

O nível do Rio Guaíba, em Porto Alegre, finalmente ficou abaixo da cota de inundação neste sábado (1º/6), alcançando 3,58 metros às 5h, dois centímetros abaixo do patamar de transbordamento (3,6 metros). Este é o primeiro recuo significativo após um mês de cheias, monitoradas em tempo real com lasers na Usina do Gasômetro e divulgadas pela Agência Nacional de Águas (ANA).

Desde as 23h do dia 2 de maio, o Guaíba não ficava abaixo da cota de inundação, quando atingiu 3,67 metros. Com a recente diminuição, muitos moradores de bairros como Humaitá e Vila Farrapos retornam às suas casas e comércios, após mais de 25 dias.

Na última terça-feira (28), o governo do Rio Grande do Sul ajustou a cota de inundação de 3 metros para 3,6 metros para refletir as novas medições feitas no Cais Mauá. Esta alteração não modifica a medição da máxima do Guaíba, que chegou a 5,35 metros em 5 de maio, a maior da história.

O transbordamento do Guaíba resultou em inundações em diversos bairros de Porto Alegre, causando mortes e destruindo propriedades. A infraestrutura estadual também sofreu com deslizamentos e pontes destruídas, deixando milhares de famílias isoladas. Até agora, mais de 77 mil resgates foram realizados.

As fortes chuvas que começaram em 27 de abril e se intensificaram ao longo de uma semana causaram inundações e enxurradas em rios como Taquari, Sinos, Caí, Gravataí, Pardo e Jacuí, com um volume imenso de água desembocando no Guaíba. Segundo a Defesa Civil, houve 169 mortes confirmadas, 44 pessoas desaparecidas e mais de 2,3 milhões de afetados, com 630 mil desalojados no pico das cheias. Ainda há 39 mil pessoas em abrigos temporários.

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com agências

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