Programa Mais Médicos dobra número de profissionais sob Governo Lula

O governo federal contabiliza 25.636 médicos em atividade em 4.566 municípios pelo programa, em contraste com os 12.843 registrados em dezembro de 2022

Agentes de saúde atendem crianças no território indígena yanomami em Roraima. foto Igor Evangelista MS

O Programa Mais Médicos, iniciativa que ganhou destaque durante o governo Dilma Rousseff, registrou um crescimento significativo sob a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Dados atualizados até abril deste ano revelam que o número de profissionais inscritos no programa mais que dobrou em comparação com dezembro de 2022, último ano do mandato de Jair Bolsonaro.

De acordo com as estatísticas oficiais, o governo federal contabiliza 25.636 médicos em atividade em 4.566 municípios pelo programa, em contraste com os 12.843 registrados em dezembro de 2022. O total de vagas ativas é de 30.106 com 2.166 em vias de ocupação. Esse aumento representa não apenas uma expansão numérica, mas também um esforço em prol do fortalecimento do sistema de saúde brasileiro, especialmente em regiões carentes de assistência médica.

Desde o início do atual mandato do presidente Lula, já se observou um salto expressivo no número de médicos participantes do programa. Ao final do primeiro ano de sua gestão, em dezembro de 2023, o registro subiu para 21.794 profissionais, o que representa um aumento de 70% em relação ao período anterior.

Áreas vulneráveis

Cerca de 80% das vagas ocupadas recebem financiamento federal e, em cerca de 20%, há coparticipação por parte dos municípios. Em relação aos territórios, são do Mais Médicos cerca de 60% dos médicos atuando em municípios em vulnerabilidade muito alta. Em locais de vulnerabilidade alta, o percentual de médicos do programa é de 56%. “A gente conclui que o Mais Médicos está onde ele deve estar: nos municípios que mais precisam”, disse o diretor de Programa da Secretaria de Atenção Primária, Jerzey Timóteo. 

O Programa Mais Médicos, concebido para suprir demandas por assistência médica em áreas remotas e desfavorecidas do país, passou por diversas transformações ao longo dos anos, especialmente durante os governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro. Uma das mudanças mais marcantes foi a saída dos médicos cubanos em 2018, devido à hostilidade do presidente recém-eleito, o que gerou desafios consideráveis na manutenção do atendimento à população.

Atualmente, 23.673 dos profissionais são brasileiros, sendo que 1.652 são cubanos, 108 bolivianos e 156 em outras nacionalidades.

Em 2019, como uma tentativa de substituir o programa, foi criado o Médicos pelo Brasil. Contudo, enfrentou dificuldades em sua implementação e não conseguiu preencher todas as vagas remanescentes do Mais Médicos, deixando lacunas no sistema de saúde.

No ano de 2023, quando o programa federal completou uma década, foi retomado sob a administração do presidente Lula, registrando um número recorde de inscritos. Além disso, houve um aumento na idade média dos profissionais participantes e o Paraguai liderou o ranking de formação dos médicos envolvidos.

No período, o número de médicos ativos aumentou 92% em relação a dezembro de 2022; houve acréscimo de 744 municípios participantes; cerca de 16 mil médicos começaram a especialização em medicina de família e comunidade, em 2024; e foram criadas cerca de 1 mil novas vagas para Saúde Indígena, Saúde Prisional e Consultório na Rua e outras 1 mil na Amazônia Legal, com recursos diretos do Ministério da Saúde.

O Ministério da Saúde anunciou um aumento significativo no financiamento da atenção primária para este ano, totalizando um repasse de R$ 35 bilhões, o que representa um acréscimo de 28% em relação ao ano anterior. Em 2023, a pasta executou R$ 27,3 bilhões para essa área, o que significa 28% a menos do que o previsto para o presente ano.

Além do investimento no Programa Mais Médicos, o Ministério da Saúde, sob a liderança de Nísia Trindade, pretende ampliar a oferta de atendimento nas Unidades Básicas de Saúde, com a retomada das equipes multiprofissionais. Segundo o governo, houve um aumento de 52% na equipe de saúde da família em 2023, em comparação com o ano anterior.

Essa expansão resultou em um crescimento notável no número de consultas médicas realizadas (16% de aumento) e nos procedimentos realizados (29% de aumento) durante o período analisado. Quanto à saúde bucal, o Ministério da Saúde relata que o programa Brasil Sorridente passou de 385 equipes em 2022 para 2,7 mil em 2023, indicando um compromisso contínuo com a melhoria dos serviços de saúde em todo o país.

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