Asfixia financeira do crime organizado é prioridade do governo federal

Secretário nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubbo, aponta que governo federal tem como estratégia o aumento da inteligência para o combate às facções criminosas

Mario Sarrubbo Foto: Governo do Estado de São Paulo/Divulgação)

O secretário Nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubbo, destacou as medidas que o governo federal adota para combater o crime organizado, em entrevista ao Estadão. Para ele, a principal estratégia é a “asfixia financeira” das fações criminosas.

Questionado sobre o diagnóstico que faz em seu período na pasta, disse que a segurança pública é a pauta prioritária no Brasil, situação em que o crime organizado deve ser combatido. Na sequência destaca as ações do governo em integração com ministérios para retomar territórios ocupados.

O ex-procurador-geral de Justiça de São Paulo, disse acreditar no trabalho de inteligência para desarticular o fluxo financeiro de facções criminosas, nesse caso, a utilização da força fica em segundo plano. Assim, destaca que os números sobre crime organizado estão caindo e devem reduzir ainda mais, com destaque para operações com letalidade reduzida, com a utilização de câmeras, priorizando a vida.

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Sarrubbo não se absteve de responder questões sobre a avaliação do governo Lula na área de segurança. Segundo ele, não é possível esquecer que vivemos um momento pós-pandemia que atinge de forma acentuada países como o Brasil, em que a desigualdade é grande e está relacionada intimamente com a atuação da criminalidade, pois, onde o Estado é ausente, mais pessoas ficam sujeitas a entrar na criminalidade.

O secretário indicou que importantes projetos para aprimorar o trabalho devem ser anunciados, como o de fomento à utilização de câmera corporal, de instrução de policiais militares e civis, além de projeto que envolve atender às forças no sentido de olhar para a saúde mental, assim como melhorar a efetividade e o número do policiamento em atividade nas ruas.

Dessa maneira, falou em dimensionar melhor o efetivo policial dos estados como forma de ampliar a corporação para que atenda à população. Como exemplo, citou o baixo número de investigadores e de polícia científica, que devem melhorar os efetivos e sua estrutura.

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De acordo com o secretário, o governo pretende apresentar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), ainda a ser idealizada, como forma de constitucionalizar o que está na Lei do Sistema Único da Segurança Pública (SUSP).

Em outro trecho da entrevista, ressaltou que existem meios de aproximação com parlamentares da “bancada da bala” para deixar o debate aberto e encontrar caminhos. E este diálogo visa considerar os pleitos do Congresso Nacional sem abrir mão do controle da circulação das armas pelo governo federal.

Sobre operações integradas, espera que sejam um legado no país, com as forças policiais unidas em um trabalho de inteligência que possam oferecer resultados conjuntos na desarticulação do crime organizado.

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Por fim, Sarrubbo enunciou que Conselho Nacional de Segurança Pública na sua gestão, que iniciou há cerca de dois meses junto com a do ministro da Justiça e Segurança Pública Ricardo Lewandowski, deve realizar ainda neste semestre uma reunião. O encontro ainda não foi realizado, pois assumiram em meio à fuga de presidiários em Mossoró.

Quanto ao episódio, destacou que o caso foi isolado, uma falha pontual de procedimento naquela ocasião e que, inclusive, a penitenciária federal de Mossoró se mantém segura, tanto que os dois presidiários capturados em fuga voltaram para o mesmo presídio.

*Edição Vermelho, Murilo da Silva

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