Governo dobra proposta de reajuste de servidores, mas não agrada movimento

O governo apresentou uma nova proposta para reajuste dos servidores do ensino superior de 4,5% para 9,5% no próximo ano. Os trabalhadores reivindicam 22% parcelados

Os servidores fizeram manifestação na porta do ministério (Foto: Divulgação)

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva propôs um reajuste aos servidores das instituições de ensino superior de 9,5% no próximo ano e, em janeiro de 2026, mais 3,5%. No final do ano passado, a proposta era de 4,5% em 2025 e 4,5% em 2026.

Ou seja, o governo alega que dobrou a proposta de reajuste para o próximo ano. Para este ano, a expectativa continua de reajuste zero.

Em greve em todo o país, os servidores querem aumento salarial de 22%, a ser dividido em três parcelas iguais de 7,06%. A primeira seria ainda este ano e as demais em 2025 e 2026.

Participaram da negociação nesta sexta-feira (19), na sede do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, o secretario relação de trabalho da pasta, José Lopes Feijóo, o secretário-executivo-adjunto da Educação, Gregório Grisa, e o secretário de Gestão de Pessoas, José Celso Cardoso.

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Pelo lado dos trabalhadores, estiverem presentes representante da Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra ) e do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe).

Ao Portal Vermelho, logo após o encontro, o secretário dos Serviços Públicos e dos Trabalhadores Públicos da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), João Paulo Ribeiro, considerou a proposta do governo insuficiente e que o governo “não dobrou nada na proposta”.

“O governo antecipou as duas parcelas de 4,5% para 9% no ano que vem. Este ano continua zero para todo mundo, e colocou 3,5% para a área 2026. Mas a reestruturação de carreira é muito além disso. O problema é que não tem nada esse ano e a reestruturação de carreira fica muito mais elevada”, disse.

Para o dirigente, a proposta foi muito rebaixada. “A gente vai avaliar melhor, mas já de antemão é impossível acatar uma proposta e parece que o governo não entendeu como é o tamanho da greve e a indignação do pessoal”, criticou João Paulo.

Por sua vez, ele lamentou que no momento em que se presencia o avanço da extrema direita, uma base social do governo tenha que estar em greve.

“Mas nós estamos aqui na luta para tentar ver se consegue convencer o governo na mesa do diálogo, porque após seis anos sem diálogo, definitivamente nós temos uma mesma negociação”, disse o dirigente.

Coordenadora da Frente Parlamentar do Serviço Público e membro da Frente da Educação da Câmara, a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) esteve no início da reunião e saiu com a expectativa de se pudesse chegar a um ententimento.

“Saí esperançosa com a possibilidade de uma proposta melhor comparada àquela já apresentada aos servidores. Como coordenadora da Frente, deixei claro que as categorias não estão sozinhas. Meu apelo foi para que a proposta fosse elástica e que atendesse de fato às reivindicações dessas categorias tão fundamentais para as universidades e institutos federais”, disse a deputada.

“A luta desses servidores, além de direitos, é uma luta para avanço, por melhores condições de trabalho, de incentivo à pesquisa, ciência e inovação. Com muito orgulho sou servidora técnico-administrativa da UFBA (Universidade Federal da Bahia) e reafirmo o meu compromisso em seguir nessa luta até a vitória!”, completou.

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