Artista israelense se nega a abrir exposição em protesto aos ataques em Gaza

Escolhida para representar Israel na Bienal de Veneza, Ruth Patir se recusou a abrir o pavilhão nacional até que haja um cessar-fogo na região e a libertação dos reféns

Foto: reprodução/redes sociais

Um dos mais importantes eventos de arte do mundo, a Bienal de Veneza, que começa neste sábado (20), também está sendo palco de manifestações contrárias aos ataques de Israel na Faixa de Gaza. Militantes e artistas têm usado a projeção da feira para pressionar pelo fim das hostilidades e denunciar o genocídio de palestinos pelas forças israelenses. 

Nesta semana, a artista escolhida para representar Israel na Bienal, Ruth Patir, se recusou a abrir o pavilhão nacional até que haja um cessar-fogo e a libertação dos reféns. “Se me foi dado um palco tão notável, quero fazer com que ele valha a pena”, declarou. 

Também nesta semana, na quarta-feira (17), manifestantes fizeram um protesto contra os ataques israelenses ao povo palestino durante a abertura da Bienal, voltada para convidados. 

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Em marcha, eles partiram do pavilhão de Israel e passaram pelos dos Estados Unidos e da Alemanha. Um do organizadores foi a Aliança para a Arte e Não Genocídio (Anga), que também lançou uma petição pelo veto à participação de Israel no evento, que já reuniu cerca de 24 mil assinaturas. 

A 60ª Bienal de Veneza se estende até 24 de novembro e tem como tema “Estrangeiros por Todo Lugar”. Pela primeira vez, o evento terá a curadoria de um latino-americano, o brasileiro Adriano Pedrosa. 

Tensão no Oriente Médio

Nesta sexta-feira (19), segundo informações dos Estados Unidos, Israel fez um ataque contra o Irã e, de acordo com uma agência estatal, três drones foram abatidos. O conflito entre os países pode piorar a situação na região, já marcada pelos ataques à Palestina.

Também nesta semana, Israel continuou atacando a Faixa de Gaza. Até o momento, 34 mil palestinos foram mortos — dos quais cerca de 1/3 é de crianças— segundo dados do Ministério da Saúde local. Outras 76 mil pessoas foram feridas. 

A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA) relata ainda, em documento divulgado na terça-feira (16), casos de tortura física, privação de alimentos, água e sono, além de violência sexual extrema contra reféns palestinos. 

Segundo as denúncias, os detidos foram mantidos em condições desumanas, incluindo jaulas improvisadas, enquanto eram submetidos a interrogatórios brutais.

Com agências

(PL)

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