Irã reage à agressão de Israel que matou general
Operação lançada por Teerã neste sábado (11) em direção ao território israelense é a primeira resposta direta depois de Tel Aviv bombardear embaixada iraniana na Síria
Publicado 14/04/2024 08:16 | Editado 16/04/2024 11:29
A Guarda Revolucionária Iraniana (GRI) reagiu, neste sábado (13), ao ataque de Israel na embaixada do Irã, em Damasco, no início de abril, que matou membros do alto escalão militar do país.
A resposta iraniana começou no início da noite do horário local e conta com o lançamento de mísseis de longo alcance e drones.
Na TV estatal iraniana, a guarda afirma que a ofensiva foi ordenada pelo Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã e estava sob orientação do Estado-Maior do Exército de Teerã.
A missão diplomática do país persa na ONU justificou a resposta e anunciou o fim da operação. Teerã ainda disse que não deixará passar batido qualquer retaliação ao ataque desta madrugada e mandou recado aos Estados Unidos.
“Com base no Artigo 51 da Carta das Nações Unidas relativo à defesa legítima, a ação militar do Irã ocorreu em resposta à agressão do regime sionista [em referência a Israel] contra as nossas instalações diplomáticas em Damasco [em referência ao ataque à embaixada iraniana na Síria, ocorrido em 1º de abril]. O assunto pode ser considerado encerrado”, afirmou o corpo diplomático em Nova York.
“Contudo, se o regime israelense cometer outro erro, a resposta do Irã será consideravelmente mais severa. É um conflito entre o Irã e o regime israelense desonesto, do qual os Estados Unidos DEVEM FICAR LONGE!”, ameaçou.
No primeiro dia de abril, as Forças de Defesa de Israel (FDI, na sigla em inglês) bombardearam um prédio anexo ao consulado do Irã em Damasco em um ataque aéreo que vitimou o general brigadeiro Mohammad Reza Zahedi, um comandante sênior da guarda revolucionária. Zahedi operava no Quds, o serviço de elite da inteligência da GRI.
A ação israelense foi vista por Teerã como uma grave agressão, que chegou acionar as Nações Unidas. O Conselho de Segurança da ONU, no entanto, rejeitou um projeto de declaração russa condenando o ataque na Síria. Estados Unidos, França e Reino Unido foram os países membros que blindaram o crime israel.
A operação é o primeiro ataque do Irã em território israelense desde o início do conflito, iniciado no dia 7 de outubro de 2023, e gera temor da comunidade internacional para uma escalada regional do conflito entre Israel e Hamas, que já matou mais de 30 mil palestinos.