Aparelhos de internet de Musk são os favoritos do garimpo ilegal na Amazônia 

Ibama apreendeu 32 equipamentos de conexão por satélite da Starlink em áreas de extração ilegal de minérios, em apenas um ano. Parte deles estava em áreas indígenas

Armas e aparelho apreendidos em garimpo. Foto: divulgação/Ibama

Ao menos 20 garimpos ilegais na Amazônia contavam, nos últimos 12 meses, com equipamentos da Starlink, provedora de internet via satélite do bilionário de extrema direita Elon Musk. Operações do Ibama apreenderam 32 aparelhos desse tipo entre abril de 2023 e março deste ano, nove dos quais na Terra Yanomami. Os dados foram divulgados pelo UOL. 

O número de aparelhos usados pelos garimpeiros, no entanto, pode ser maior uma vez que foram apreendidos mais de 90 no período, sem que tenha sido registrada a marca na maioria dos casos. “Agentes do órgão estimam, no entanto, que quase todos os garimpos ilegais aderiram à Starlink no último ano”, diz a reportagem. 

Dentre os locais onde os aparelhos foram encontrados estão a Terra Indígena Yanomami, severamente atingida pelo garimpo ilegal que deixou na região um rastro de mortes, fome e destruição. Lá, havia nove equipamentos; outros 12 estavam nas proximidades da área do Vale do Javari. 

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A Starlink recebeu autorização para operar no país ainda durante o governo Jair Bolsonaro, em janeiro de 2022. Atualmente, a empresa tem cerca de 150 mil usuários no Brasil, número sete vezes maior ao que tinha no início do ano passado.

O ex-presidente é um dos entusiastas dos posicionamentos do empresário de extrema direita, que figurou entre os principais assuntos desta semana após atacar, por meio de sua rede social, o X (ex-Twitter), o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, além de ameaçar não cumprir decisões da Justiça brasileira. 

Segundo disse ao UOL o chefe do Serviço de Operações Especiais de Fiscalização do Ibama, Felipe Augusto Finger, “a Starlink já tem praticamente o monopólio da comunicação do crime ambiental na Amazônia. Para usar internet em uma área remota, como um garimpo, ela tem menor custo e é bem mais rápida e prática do que as concorrentes, que desapareceram. Todo acampamento de criminosos hoje tem uma antena da Starlink”. 

Com informações do UOL

(PL)

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