Tribunal de Haia determina que Israel permita ajuda humanitária em Gaza 

Segundo a corte, fome já não é mais um risco, mas uma realidade na região. Comissário da ONU declarou ser “plausível” que Israel esteja usando a fome como arma de guerra

Foto: PNUD PAPP/Abed Zagout

A Corte Internacional de Justiça (CIJ) — conhecida como Tribunal de Haia —ordenou, nesta quinta-feira (28), que Israel permita o acesso de ajuda humanitária a Gaza, como forma de mitigar a fome extrema na região. A decisão foi tomada de maneira unânime pelo tribunal, considerado o mais alto da Organização das Nações Unidas (ONU). 

O posicionamento ocorreu dias depois de Israel ignorar a resolução para o cessar-fogo imediato em Gaza aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU e após alertas quanto à necessidade urgente de atender a população palestina, submetida a uma rotina de mortes, doenças e miséria. 

De acordo com a CIJ, Gaza “já não enfrenta apenas um risco de fome” — o tribunal, alerta que “a fome está se instalando”. Embora suas decisões sejam juridicamente vinculativas, o tribunal não tem poder para garantir seu cumprimento.

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Há pouco dias, o comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, também falou sobre o tema e declarou ser “plausível” que Israel esteja usando a fome como arma de guerra. A avaliação foi feita durante entrevista à BBC News. 

Segundo ele, Israel tem criado uma série de dificuldades para que a ajuda humanitária chegue aos palestinos. “Todos os meus colegas da área humanitária continuam a dizer que há muita burocracia. Existem obstáculos. Existem entraves… Israel é culpado de forma significativa”. 

Relatório apresentado recentemente pela rede internacional Classificação Integrada da Fase de Insegurança Alimentar destacou que todas as 2,2 milhões de pessoas que vivem em Gaza “enfrentam elevados níveis de insegurança alimentar aguda”. 

Em 175 dias de ataques israelenses ao povo palestino — com a desculpa de caça a membros do Hamas — já houve mais de 32,5 mil de mortos e 75 mil feridos. Os números não incluem cerca de oito mil corpos que, segundo autoridades locais, podem estar sob escombros de prédios e construções destruídos durante as ações de Israel. Além disso, de acordo com observadores da ONU, ao menos 31 pessoas, das quais 27 são crianças, morreram por desnutrição ou desidratação. 

Com informações da BBC

(PL)

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