Mauro Cid será ouvido por juiz para explicar áudios contra PF e Moraes
Juiz instrutor do gabinete do ministro Alexandre de Moraes deverá ouvir o militar nesta sexta-feira (22). Avaliação é de que Cid tenta limpar imagem com Forças Armadas
Publicado 22/03/2024 13:23 | Editado 22/03/2024 15:42
Depois de áudio em que fez acusações contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e a Polícia Federal (PF), o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, deverá ser ouvido por um juiz, nesta sexta-feira (22), para esclarecer o conteúdo dos áudios.
Os áudios revelados pela revista Veja, na quinta-feira (21), trazem Cid insinuando que foi coagido pela PF em seu depoimento “estão com a narrativa pronta deles”. Além disso, indicou que o ministro “Alexandre de Moraes é a lei. Ele prende, ele solta quando quiser, como ele quiser, com Ministério Público, sem Ministério Público, com acusação, sem acusação.”
As graves falas deverão ser explicadas ao juiz instrutor do gabinete do ministro Alexandre de Moraes.
A delação premiada feita por Cid foi homologada pelo STF em setembro de 2023. A partir dela foi feito um acordo que o permitiu deixar a prisão. As falas surgem em um momento que o militar teve sua promoção no Exército recusada e o cerco contra Bolsonaro se estreita.
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Ao que parece não existe a possibilidade de que a delação seja anulada, se esta foi a intenção de Cid, uma vez que os procedimentos seguiram dentro da legalidade.
Nesse caso, a conveniência dos áudios indica que o ex-ajudante de ordens quer “passar um pano” na sua imagem junto às Forças Armadas. No entanto, as informações passadas já permitiram o avanço das investigações e foram materializadas com provas encontradas nas investigações.
Portanto, a tentativa de limpar a imagem junto aos seus não teria nenhum efeito a nível pessoal, pois Cid já é tido como um “traidor” nos meios bolsonaristas.
Com as revelações, a defesa do militar divulgou nota colocando que Cid “em nenhum momento coloca em xeque a independência, funcionalidade e honestidade da Polícia Federal, da Procuradoria-Geral da República ou do Supremo Tribunal Federal” e conclui dizendo que os áudios “parecem clandestinos, não passam de um desabafo”.