Caso Marielle é enviado ao STF por suposto envolvimento de autoridade
Conforme noticiado, envio ocorreu porque a investigação, que segue em sigilo, pode ter apontado a participação de detentor de foro privilegiado. Moraes será o relator
Publicado 15/03/2024 11:31 | Editado 15/03/2024 19:29
Seis anos após os assassinatos da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, as investigações que buscam solucionar o caso e, em especial, apontar o mandante e a motivação do crime, chegaram ao Supremo Tribunal Federal (STF). O envio indica a possibilidade de ter sido identificado o suposto envolvimento de pessoa com foro privilegiado no caso.
As investigações estão sendo conduzidas pela Polícia Federal e, até então, o processo tramitava no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Com a chegada ao Supremo, o processo será relatado pelo ministro Alexandre de Moraes, sorteado entre os cinco ministros que compõem a primeira turma.
O caso corre em sigilo e não há informações públicas sobre quem seria essa pessoa. O foro privilegiado estabelece que algumas autoridades devem ser julgadas diretamente no Supremo — entre elas, presidentes, vice-presidentes, ministros, senadores e deputados federais.
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Em entrevista publicada no jornal O Globo desta quinta-feira (14), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, disse esperar poder anunciar o fim das investigações em breve. “Vamos resolver. As investigações estão avançando mesmo”, declarou.
Lewandowski disse, ainda, que “o inquérito é sigiloso e o ministro não se mete nos inquéritos que são levados, mas as notícias que temos é que nós vamos encontrar os criminosos. Espero poder anunciar isso em breve”. No começo do ano, o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, disse que as investigações seriam concluídas no primeiro trimestre.
Marielle e Anderson foram mortos no centro do Rio de Janeiro na noite de 14 de março de 2018, após o carro em que estavam, juntamente com uma assessora da vereadora, ser alvejado por tiros.
Estão presos pelo crime os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz — acusados de serem os executores —, o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, e Edilson Barbosa dos Santos, que teriam dado suporte para a realização do crime.
Maxwell participou do plano e monitorou a vereadora, além de ter ajudado no desmanche do carro usado no homicídio. Edilson é o dono do ferro-velho usado para o desmanche. Na semana passada, o Ministério Público do Rio de Janeiro pediu que Suel, seja levado a júri popular pela morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
Com agências
(PL)