Novo caso de racismo contra Vini Jr. liga alerta para amistoso
Chamando atenção para o combate ao racismo, o jogo entre a seleção brasileira e a Furia foi marcado logo após insultos contra o brasileiro, em Valência
Publicado 14/03/2024 09:42 | Editado 14/03/2024 10:19
Justificados na Espanha como reação a provocações de Vini Jr. dentro de campo, insultos racistas contra o brasileiro voltaram a ocorrer, nesta quarta (13), na partida entre Atlético de Madrid e Inter de Milão, pela Champions League.
O cântico entoado pela torcida do Atlético ocorre semanas antes do amistoso entre as seleções dos dois países, marcado após o caso em Valência, uma das dezenas de vezes em que o atacante foi alvo de racismo.
Pouco antes da partida entre os colchoneros e a Inter de Milão, válida pelas oitavas de final da Champions League, no Wanda Metropolitano, alguns racistas do time mandante começaram a cantar “Vinicius chimpanzé”.
A torcida do Atlético de Madri, aquela que jura de pé junto não ser racista, resolveu cometer (mais) um crime em praça pública contra Vini Jr.
— Luiz Teixeira 38-27 🏀🗽 (@luizteixeira) March 13, 2024
Daqui a 13 dias teremos o brilhante “amistoso contra o racismo” na Espanha, mas vão colocar a culpa (de novo) no brasileiro.
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Segundo o jornal “As”, o grupo de torcedores puxou o canto contra Vinicius enquanto aguardava a chegada do ônibus com o elenco do Atlético de Madrid, quando a torcida fez um corredor com sinalizadores e fumaça. Quando a torcida puxava um canto para exaltar o clube (“Alé, alé, aké, Atleti te amo, contigo até o final”), alguns torcedores mudaram a letra para ofender Vini Jr.
– Alé, alé, alé, Vinicius chimpanzé – gritaram
O caso expõe o cinismo da horda, que tenta a todo custo justificar os atos criminosos dizendo ser protestos contra as provocações de Vini Jr. com ou sem a bola no pé. Na noite desta quinta, porém, o brasileiro e todo o elenco do Real Madrid estavam de folga.
Esta não é a primeira vez que Vinicius Junior é alvo de racismo no ambiente do Estádio Metropolitano, casa do Atlético de Madrid, rival local do Real. Em setembro de 2022, por exemplo, o brasileiro foi chamado de macaco durante o clássico madrilenho no estádio.
A promotoria espanhola, na ocasião, no entanto, alegou não ver delito dos torcedores colchoneros, justificando que os insultos ocorreram em um contexto de “máxima rivalidade” e que duraram apenas “alguns segundos”.
Na atual temporada também houve um episódio de preconceito contra o atacante, novamente chamado de macaco, mas na chegada do Real Madrid ao Metropolitano.
Em outro caso, talvez o mais emblemático, ocorreu em janeiro de 2023, quando quatro torcedores do Atlético penduraram um boneco em um viaduto, simulando um enforcamento de Vinicius Junior, antes de clássico contra o Real. Para este grupo de racista, a promotoria a Espanha solicitou à Justiça quatro anos de prisão.
A sequência de casos em Madrid deveria ser motivo para maiores mobilizações das autoridades e instituições espanholas e um sinal de alerta para o amistoso que acontecerá entre Espanha e Brasil, na capital, em 26 de março, no estádio Santiago Bernabeu.