Entregadores de aplicativo organizam paralisação no Reino Unido

Com liderança de brasileiros, paralisação protesta contra Deliveroo, Uber Eats, Just Eat e Stuart. Movimento também acontece nos EUA em meio ao Dia dos Namorados

Foto: Reprodução

Liderados por brasileiros, um movimento de entregadores de aplicativo do Reino Unido entra em greve nesta quarta (14) em protesto contra os baixos salários. De acordo com os organizadores, esta será provavelmente a maior greve de trabalhadores de plataformas já vista no país.

A expectativa é que mais de 3 mil profissionais da área cruzem os braços das 17h às 22h, o horário de pico nos pedidos de comida pelos apps.

No alvo dos entregadores estão empresas do ramo como Deliveroo, Uber Eats, Just Eat e Stuart. De acordo com os grevistas, os valores oferecidos pelas plataformas sofreram cortes expressivos nos últimos meses.

O Reino Unido, assim como toda Europa, vivencia um cenário de aumento do custo de vida e piora da inflação. Os entregadores alegam não conseguir arcar com as contas domésticas e afirmam não ter o mínimo de qualidade de vida, com prejuízos na saúde e nos relacionamentos.

Com menos dinheiro pago por entrega, muitos precisam estender a carga de trabalho por 12 horas por dia para conseguir pagar as contas do mês, dizem.

A greve acontece também nos EUA e atinge estados como Florida, New Jersey e Texas. As ações dos grevistas não estão sendo coordenadas de forma centralizada, mas foram divulgadas nas redes sociais e no boca a boca, com o apoio de vários grupos de direitos trabalhistas.

O Delivery Job UK, um coletivo pop-up que organiza a greve britânica, disse que os baixos salários e os riscos diários criam “um ambiente de incerteza e pobreza”.

“As pessoas estão cansadas disso. Está piorando com o passar dos anos”, disse Jonathan Cruz, de Miami, motorista de Uber há cerca de sete anos. “A diferença está aumentando entre o que o cliente paga e o que o motorista recebe. É difícil sobreviver agora”, disse.

Autor