Prevent Senior sofre ação de R$ 940 milhões por conduta na pandemia

Operadora de saúde terá que responder por dano moral e social coletivo. Investigação aponta para assédio a trabalhadores para receitar kit covid e testes irregulares com medicamentos

Sob a omissão do CFM, Prevent Senior indicava o kit covid aos pacientes

Na terça-feira (6) foi ajuizada uma ação da Justiça do Trabalho de São Paulo contra a Prevent Senior com a cobrança de R$ 940 milhões por dano moral e social coletivo. A ação pede que a empresa seja punida por irregularidades durante o auge da pandemia de Covid-19.

O valor de indenização tem como base 10% do faturamento líquido da empresa entre 2020 e 2021, período pelo qual a empresa teria assediado médicos para prescreverem medicamentos inúteis para combater a Covid-19, o mais conhecido deles a cloroquina (para tratar malária e amebíase hepática), que compunha o chamado Kit Covid com Ivermectina (antiparasitário). A empresa só parou de fornecer o kit após assinar um TAC (termo de ajuste de conduta), em 2021.

Outra gravíssima acusação é de que a empresa realizou experimentos com os pacientes, ou seja, praticou tratamentos experimentais com medicamentos sem nenhuma aprovação de órgãos oficiais.

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Segundo os Ministérios Públicos do Trabalho, o Federal e o de São Paulo, as acusações feitas por médicos e pacientes foram confirmadas. Os investigadores ainda constataram que a direção da Prevent Senior teria feito funcionários trabalharem mesmo positivados para a doença. Além disso, o uso de máscaras era recriminado, sendo só exigido a partir de novembro de 2020, e também foi constatada a não exigência de vacina contra a covid para os colaboradores.

Em coletiva de imprensa, os promotores indicaram que 2.848 trabalharam infectados com Covid-19, fatos comprovados por registros de testes junto à Secretaria de Saúde e o ponto dos trabalhadores. Seis empresas do grupo, que tem como sócios Fernando e Eduardo Parrillo e as esposas, estão arroladas na ação.

*Com informações g1 e Folha