Registros de bullying e cyberbullying atingem patamar histórico no Brasil
Estudo inédito mostra que de 2007 até 2023 os registros saltaram de 25,6 mil atas notariais para 121 mil. Lula sancionou lei que prevê multa e prisão para estes crimes
Publicado 25/01/2024 11:42 | Editado 26/01/2024 14:44
O Brasil tem recorde de registros de episódios de bullying e cyberbullying em 2023, com um aumento de 12% na média anual. Dados inéditos dos cartórios de notas do país apontam mais de 120 mil notificações dessa natureza no ano passado.
O levantamento foi feito pelo Colégio Notarial do Brasil, entidade que representa os tabelionatos do país.
De acordo com o estudo, o crescimento é contínuo desde 2007, início da série histórica da pesquisa. Na ocasião, houve solicitação de 25,6 mil atas notariais, no ano seguinte, o resultado subiu para 90, 6 mil. Desde 2021, a marca de 100 mil documentos foi ultrapassada todos os anos.
O maior número de pedidos foi registrado no estado de São Paulo, quem em 2023 contabilizou mais de 20 mil requisições. Ne sequência estão Minas Gerais (16 mil), Paraná (14,6 mil) e Rio Grande do Sul (12,5 mil).
A ata notarial é um documento que explicita algum fato ou acontecimento com anuência de um tabelião. O objetivo é conferir fé pública a uma ocorrência, ou seja, trazer legitimidade para a questão narrada. Ela pode ser usada como prova da existência de um conteúdo publicado em site ou rede social, por exemplo.
Recentemente, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a lei que institui a Política Nacional de Prevenção e Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
Publicado no último dia 15 no Diário Oficial da União, a nova lei denomina o bullying como intimidação sistemática, que pode ser feita por uma ou mais pessoas com violência física ou psicológica, e de maneira repetitiva. A pena prevista é de multa.
Já o cyberbullying, que acontece na internet, tem pena de dois a quatro anos de prisão mais a multa.