Mobilização internacional presta solidariedade à greve Argentina
As mobilizações se espalharam por diferentes partes do planeta, onde organizações e argentinos residentes no exterior saíram às ruas para apoiar a greve. No Brasil, manifestação ocorreu em frente à Embaixada Argentina em Brasília.
Publicado 24/01/2024 18:53 | Editado 26/01/2024 12:58
Com a greve nacional ocorrendo nesta quarta-feira (24) na Argentina, a Federação Sindical Mundial (FSM) emitiu um chamado às suas afiliadas em todo o mundo para se unirem aos trabalhadores argentinos sob o lema “Solidariedade com os Trabalhadores Argentinos”, desde seu secretariado em Atenas. A entidade incentiva sindicatos e trabalhadores a expressarem apoio e solidariedade por meio de mobilizações em frente às embaixadas e consulados argentinos, bem como utilizando outros meios disponíveis. A Confederação Sindical das Américas (CSA) e a Confederação Sindical Internacional (CSI) também apoiam o movimento.
Com isso, sindicatos, organizações sociais e cidadãos argentinos no exterior se uniram em uma mobilização global, expressando apoio à greve. Atividades ocorreram em diversas cidades da Europa e América Latina.
A mobilização global destaca a solidariedade internacional para com os trabalhadores e cidadãos argentinos, reforçando o repúdio às medidas econômicas contestadas no país. O movimento reflete a preocupação global sobre as mudanças propostas e busca chamar a atenção para questões de justiça social e direitos trabalhistas.
No Brasil, as centrais convocaram um ato de solidariedade, que está sendo realizado diante da Embaixada da Argentina, em Brasília, desde as 10h. Nas redes sociais é possível encontrar manifestações semelhantes em outros países. Manifestantes levaram faixas com “fora Milei”. A CUT (Central Única dos Trabalhadores) afirmou que o movimento foi um “ato de solidariedade às trabalhadoras e trabalhadores argentinos que estão sofrendo duríssimos ataques do governo de Javier Milei”.
Solidariedade na América Latina: Uruguai, Brasil, México, Paraguai, Chile e Bolívia
Na América Latina, manifestações de apoio foram programadas também no Uruguai, México, Paraguai, Chile e Bolívia. A Plenária Intersindical dos Trabalhadores-Convenção Nacional dos Trabalhadores (PIT-CNT) do Uruguai mobilizou-se em frente à embaixada argentina em Montevidéu, destacando a “rejeição às medidas antipopulares” que impactam os direitos dos trabalhadores e a liberdade de trabalho. No México, organizações locais convocaram reuniões em frente à embaixada argentina na Cidade do México.
Foto de manifestação no México
(Ahora-Vivo)
Manifestación en apoyo al #ParoNacional en Argentina y en defensa de los derechos laborales.
Varias organizaciones se convocan frente a la Embajada de Argentina en Asunción Paraguay para repudiar las acciones que quiere implementar Javier Milei.
Fotos Amado Arrieta pic.twitter.com/8w5dwMAoFl— RTV (@rtvparaguay) January 24, 2024
Manifestação no Uruguai
? Ya estamos frente a la Embajada Argentina para entregar carta a su embajador. Esta acción esparte de nuestra jornada de solidaridad con nuestros compañeros y compañeras de la clase trabajadora. Desde Chile, la CUT Chile se manifiesta contra las medidas antidemocráticas del… pic.twitter.com/cF01j9IXDD
— CUT Chile ✍️? (@Cutchile) January 24, 2024
#AHORA Mediante el cántico “Milei basura vos sos la dictadura” varios sindicatos convocados por el @PITCNT1 se movilizan a las afueras de la Embajada Argentina en solidaridad con los trabajadores del vecino país @MVDNoticias @TVCIUDADuy pic.twitter.com/O6tC1K7cah
— Giuliana Perdomo (@gperdomo22) January 24, 2024
Europa: Gritos de Resistência em Diversas Cidades
Foto: Assembleia em Solidariedade com a Argentina em Berlim.
Na Europa, argentinos residentes e membros de sindicatos se uniram às mobilizações. Em Roma, centenas de pessoas marcharam contra a “lei Omnibus” e as políticas que consideram prejudiciais à justiça social. Em Berlim, manifestantes empunharam cartazes com mensagens como “A Argentina não está à venda” e protestaram contra o DNU, a Lei Omnibus e o governo de Milei.
En varios puntos de Europa, sindicatos hermanos de la CGT argentina, realizan movilizaciones en solidaridad con el reclamo en este país suramericano. Primeras imágenes desde Roma, frente embajada argentina.@teleSURtv pic.twitter.com/7FmRCNLUOS
— Juan Carlos Bartolotta (@JuanCteleSUR) January 24, 2024
Na Espanha, a União Geral dos Trabalhadores (UGT) e as Comissões de Trabalhadores (CCOO) convocaram uma mobilização em frente à embaixada argentina, expressando “solidariedade ao movimento sindical argentino” e oposição às medidas ultraliberais de Javier Milei. Em Barcelona, migrantes argentinos contra o fascismo se reuniram em La Rambla para protestar.
La Secretaria de Internacional de FeSMC-UGT presentes en la Concentración de Madrid frente a la Embajada Argentina en apoyo de la huelga general de las personas trabajadoras argentinas frente a los ataques a los derechos laborales y democraticos de Javier Milei pic.twitter.com/tYPyvR2JWy
— INTERNACIONAL FeSMC-UGT (@FesmcugtInter) January 24, 2024
Em Paris, cerca de 300 pessoas se reuniram em frente à embaixada argentina em uma marcha contra o ajuste e em apoio à greve nacional na Argentina. A situação na Argentina foi descrita como sendo vivida com raiva, preocupando e mobilizando as pessoas. Gustavo Galeota, membro do Coletivo Argentina em Luta – Paris, ressaltou a importância de lutar contra as reformas propostas por Milei.
Em Londres, o protesto teve lugar na sede da Federação Internacional dos Trabalhadores dos Transportes, que expressou apoio à greve, afirmando que “a luta deles é a nossa luta”. As atividades foram organizadas pela Campanha Argentina Solidária, um grupo intergeracional e apartidário.
Em Bruxelas, na Bélgica, argentinos autoconvocados em Defesa da Democracia Argentina convocaram uma manifestação na Plaza de la Casa de la Moneda em apoio à greve “pela democracia e pela aplicação dos direitos sociais e humanos”. Convocações para marchas também foram registradas em Amesterdão, Holanda, e em Malmo, Suécia, contra o que foi percebido como o desmantelamento do Estado.
Justificativa
A FSM, assim como CSA e CSI, manifestaram seu apoio integral à greve e mobilização convocada pelas principais centrais sindicais argentinas, como a CGT, CTA T e CTA A, e seus sindicatos afiliados. Este movimento visa protestar contra as medidas adotadas pelo governo ultraliberal e neofascista liderado por Javier Milei.
Entre as principais contestações estão os Decretos de Necessidade e Urgência (DNU), os protocolos contra mobilizações e protestos sociais, e a recente Lei Ómnibus. Essas medidas impactam diretamente nos direitos dos trabalhadores, nos direitos dos sindicatos, nas empresas públicas e nos recursos nacionais. Além disso, as recentes intimações a sindicatos e organizações sociais após os eventos de 22 e 27 de dezembro, impondo custos das operações das forças federais, contribuem para um cenário de crescente tensão.
Para a FSM, essas políticas não apenas têm caráter extremamente neoliberal, mas também representam um sério ataque às liberdades sindicais, incluindo o direito à sindicalização e à greve.
Representando mais de 105 milhões de trabalhadores em 133 países, a FSM une sua voz à dos trabalhadores argentinos, declarando um estado de alerta permanente contra essas ações regressivas. A entidade expressa sua solidariedade à luta dos trabalhadores argentinos por justiça em meio a um ambiente político desafiador.