Mobilização internacional presta solidariedade à greve Argentina

As mobilizações se espalharam por diferentes partes do planeta, onde organizações e argentinos residentes no exterior saíram às ruas para apoiar a greve. No Brasil, manifestação ocorreu em frente à Embaixada Argentina em Brasília.

Sindicalistas brasileiros em frente à Embaixada da Argentina em Brasília Imagem: Reprodução - 24.jan.2024/X/@cut_df

Com a greve nacional ocorrendo nesta quarta-feira (24) na Argentina, a Federação Sindical Mundial (FSM) emitiu um chamado às suas afiliadas em todo o mundo para se unirem aos trabalhadores argentinos sob o lema “Solidariedade com os Trabalhadores Argentinos”, desde seu secretariado em Atenas. A entidade incentiva sindicatos e trabalhadores a expressarem apoio e solidariedade por meio de mobilizações em frente às embaixadas e consulados argentinos, bem como utilizando outros meios disponíveis. A Confederação Sindical das Américas (CSA) e a Confederação Sindical Internacional (CSI) também apoiam o movimento.

Com isso, sindicatos, organizações sociais e cidadãos argentinos no exterior se uniram em uma mobilização global, expressando apoio à greve. Atividades ocorreram em diversas cidades da Europa e América Latina.

A mobilização global destaca a solidariedade internacional para com os trabalhadores e cidadãos argentinos, reforçando o repúdio às medidas econômicas contestadas no país. O movimento reflete a preocupação global sobre as mudanças propostas e busca chamar a atenção para questões de justiça social e direitos trabalhistas.

No Brasil, as centrais convocaram um ato de solidariedade, que está sendo realizado diante da Embaixada da Argentina, em Brasília, desde as 10h. Nas redes sociais é possível encontrar manifestações semelhantes em outros países. Manifestantes levaram faixas com “fora Milei”. A CUT (Central Única dos Trabalhadores) afirmou que o movimento foi um “ato de solidariedade às trabalhadoras e trabalhadores argentinos que estão sofrendo duríssimos ataques do governo de Javier Milei”.

Solidariedade na América Latina: Uruguai, Brasil, México, Paraguai, Chile e Bolívia

Na América Latina, manifestações de apoio foram programadas também no Uruguai, México, Paraguai, Chile e Bolívia. A Plenária Intersindical dos Trabalhadores-Convenção Nacional dos Trabalhadores (PIT-CNT) do Uruguai mobilizou-se em frente à embaixada argentina em Montevidéu, destacando a “rejeição às medidas antipopulares” que impactam os direitos dos trabalhadores e a liberdade de trabalho. No México, organizações locais convocaram reuniões em frente à embaixada argentina na Cidade do México.

Foto de manifestação no México

Manifestação no Uruguai

Europa: Gritos de Resistência em Diversas Cidades

Foto: Assembleia em Solidariedade com a Argentina em Berlim.

Na Europa, argentinos residentes e membros de sindicatos se uniram às mobilizações. Em Roma, centenas de pessoas marcharam contra a “lei Omnibus” e as políticas que consideram prejudiciais à justiça social. Em Berlim, manifestantes empunharam cartazes com mensagens como “A Argentina não está à venda” e protestaram contra o DNU, a Lei Omnibus e o governo de Milei.

Na Espanha, a União Geral dos Trabalhadores (UGT) e as Comissões de Trabalhadores (CCOO) convocaram uma mobilização em frente à embaixada argentina, expressando “solidariedade ao movimento sindical argentino” e oposição às medidas ultraliberais de Javier Milei. Em Barcelona, migrantes argentinos contra o fascismo se reuniram em La Rambla para protestar.

Em Paris, cerca de 300 pessoas se reuniram em frente à embaixada argentina em uma marcha contra o ajuste e em apoio à greve nacional na Argentina. A situação na Argentina foi descrita como sendo vivida com raiva, preocupando e mobilizando as pessoas. Gustavo Galeota, membro do Coletivo Argentina em Luta – Paris, ressaltou a importância de lutar contra as reformas propostas por Milei.

Em Londres, o protesto teve lugar na sede da Federação Internacional dos Trabalhadores dos Transportes, que expressou apoio à greve, afirmando que “a luta deles é a nossa luta”. As atividades foram organizadas pela Campanha Argentina Solidária, um grupo intergeracional e apartidário.

Em Bruxelas, na Bélgica, argentinos autoconvocados em Defesa da Democracia Argentina convocaram uma manifestação na Plaza de la Casa de la Moneda em apoio à greve “pela democracia e pela aplicação dos direitos sociais e humanos”. Convocações para marchas também foram registradas em Amesterdão, Holanda, e em Malmo, Suécia, contra o que foi percebido como o desmantelamento do Estado.

Justificativa

A FSM, assim como CSA e CSI, manifestaram seu apoio integral à greve e mobilização convocada pelas principais centrais sindicais argentinas, como a CGT, CTA T e CTA A, e seus sindicatos afiliados. Este movimento visa protestar contra as medidas adotadas pelo governo ultraliberal e neofascista liderado por Javier Milei.

Entre as principais contestações estão os Decretos de Necessidade e Urgência (DNU), os protocolos contra mobilizações e protestos sociais, e a recente Lei Ómnibus. Essas medidas impactam diretamente nos direitos dos trabalhadores, nos direitos dos sindicatos, nas empresas públicas e nos recursos nacionais. Além disso, as recentes intimações a sindicatos e organizações sociais após os eventos de 22 e 27 de dezembro, impondo custos das operações das forças federais, contribuem para um cenário de crescente tensão.

Para a FSM, essas políticas não apenas têm caráter extremamente neoliberal, mas também representam um sério ataque às liberdades sindicais, incluindo o direito à sindicalização e à greve.

Representando mais de 105 milhões de trabalhadores em 133 países, a FSM une sua voz à dos trabalhadores argentinos, declarando um estado de alerta permanente contra essas ações regressivas. A entidade expressa sua solidariedade à luta dos trabalhadores argentinos por justiça em meio a um ambiente político desafiador.

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