PF prende principal comparsa em mortes de Bruno Pereira e Dom Phillips
Jânio Freitas é suspeito de ser informante de “Colômbia”, apontado como mandante da morte do indigenista e do jornalista. Todos os envolvidos nos assassinatos estão presos
Publicado 19/01/2024 09:35 | Editado 20/01/2024 10:41
A Polícia Federal (PF) prendeu, nesta quinta (18), mais um suspeito de envolvimento nos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips em 2022. Jânio Freitas de Souza é apontado como braço-direito de Ruben Dário da Silva Villar, conhecido como Colômbia, acusado de ser o mandante dos assassinatos.
Os agentes suspeitam que Jânio tenha repassado informações que colaboraram com a execução dos homicídios. Ele foi preso em Tabatinga, no Amazonas e, de acordo com a PF, o suspeito será indiciado pelo duplo homicídio e por ocultação de cadáveres.
O mandado de prisão foi expedido pela 1ª Vara Criminal de Tabatinga (AM), responsável pela investigação. Mais cedo, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, antecipou pelas redes sociais que mais uma pessoa envolvida no assassinato havia sido presa.
“Foi preso pela Polícia Federal mais um envolvido na organização criminosa que perpetrou os homicídios contra Bruno Pereira e Dom Phillips. Mais informações em breve”, publicou Dino.
Vítimas de uma emboscada, Bruno e Dom foram mortos em junho de 2022, enquanto viajavam de barco pela região do Vale do Javari, extremo oeste da floresta amazônica brasileira. A região é uma das mais violentas e conturbadas da Amazônia, onde se alastram crimes como pesca e caça ilegais, garimpo e desmatamento irregular.
A dupla foi vista pela última vez enquanto se deslocava da comunidade São Rafael para Atalaia do Norte, onde se reuniria com lideranças indígenas e de comunidades ribeirinhas. Os corpos foram resgatados dez dias depois, enterrados numa área de mata fechada, a cerca de três quilômetros da calha do Rio Itacoaí.
Segundo a investigação, os executores do crime foram Amarildo Oliveira, o Pelado; Oseney de Oliveira, o Dos Santos (irmão de Amarildo); e Jefferson da Silva Lima, o Pelado da Dinha.
O duplo assassinato foi cometido pelos pescadores ilegais e motivado pela atuação de Bruno contra a pesca ilegal na terra indígena, conforme a denúncia do MPF (Ministério Público Federal). Em outubro de 2023, a Justiça Federal no Amazonas acatou a denúncia do MPF e determinou que os três sejam levados a júri popular.
Com a prisão de Jânio, todos os investigados no caso ligados à execução dos assassinato já foram presos e, nos próximos dias, serão transferidos para presídio federal. Ainda existe uma investigação sobre eventual omissão de autoridades. Mas, neste momento, está suspensa por decisão da Justiça.