Lula assina acordo para criação de parque aeroespacial na Bahia
O objetivo é tornar o parque um centro dedicado ao fomento do ensino, à realização de pesquisas avançadas e à promoção da inovação no campo aeroespacial
Publicado 18/01/2024 16:15 | Editado 19/01/2024 07:55
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou, nesta quinta (18), um acordo que formaliza a criação do Parque Tecnológico Aeroespacial da Bahia. O objetivo é tornar o parque um centro dedicado ao fomento do ensino, à realização de pesquisas avançadas e à promoção da inovação no campo aeroespacial.
A iniciativa é uma parceria entre o governo, por meio do Ministério da Defesa e do Comando da Aeronáutica, o Estado da Bahia e o Senai Cimatec.
As ilhas de atuação do Parque Tecnológico Aeroespacial serão divididas em quatro vertentes: Espaço, Defesa, Mobilidade Aérea Avançada e Aeronáutica Comercial.
Entre os temas a serem estudados estão sistemas avançados de voo e de controle de tráfego aéreo, sistemas de engenharia aeroespacial, novas tecnologias de energia e propulsão (SAF), cibersegurança aeroespacial, sensores e eletrônica espacial e sistema de defesa e segurança.
Entre as áreas de estudo a serem implementadas no local estão as de sistemas avançados de voo e de controle de tráfego aéreo; sistemas de engenharia aeroespacial, novas tecnologias de energia e propulsão e cibersegurança aeroespacial.
O governo planeja investir R$ 650 milhões no empreendimento e valor semelhante em equipamentos e laboratórios — o custo total pode chegar a R$ 1,3 bilhão.
O Parque Tecnológico Aeroespacial da Bahia terá cerca de 800 mil metros quadrados e mais de 100 mil metros quadrados de construções. O local vai contar com diversos prédios de engenharia, além de pista para pouso e decolagem de aviões.
O parque também vai comportar empresas nacionais e internacionais de tecnologias. Um dos exemplos citados na cerimônia foram corporações de Abu Dhabi, dos Emirados Árabes.
Durante a cerimônia de assinatura do acordo, Lula disse que fará uma série de viagens pelo Brasil “para mostrar que coisas boas acontecem nesse país”, a exemplo deste parque que será instalado em uma área da Base Aérea de Salvador.
Ainda nesta semana, o presidente visitará Pernambuco, para participar da cerimônia de retomada das obras da Refinaria Abreu e Lima, e o Ceará, onde lançará uma unidade regional do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).
Além do presidente Lula, participaram do evento a ministra Luciana Santos, Ciência, Tecnologia e Informação, e os ministros Rui Costa, da Casa Civil e José Mucio, da Defesa. O presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahsia (FIEB), Carlos Henrique Passos, também participou do momento.
Durante o evento de assinatura, a ministra Luciana Santos (PCdoB) destacou o desenvolvimento de veículos não tripulados e de um satélite de observação de alta resolução para monitoramento e vigilância de florestas e rios, bem como para proteção de terra indígena, defesa e segurança pública.
“Isso já foi, inclusive, assinado aqui. Tudo graças à decisão política do presidente Lula, de recompor integralmente o Fundo Nacional de Ciência e Tecnologia. Quero realçar que isso [a criação do parque] significa também enfrentamento da desigualdade regional e das assimetrias que existem [no país]”, disse a ministra.
A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos (PCdoB), afirmou que, em 2023, o governo investiu R$ 1 bilhão no setor aeroespacial e destacou o impacto do setor para a industrialização em novas bases tecnológicas e geração de empregos.
“A cadeia aeroespacial tem repercussões que perpassa várias cadeias produtivas, pela complexidade, e tem grande impacto positivo na educação, na formação de mão de obra especializada, na geração de emprego de alta qualidade e reduz a fuga de cérebros no País, que é um fenômeno que precisamos enfrentar”, disse.
A ministra afirmou que o primeiro projeto a ser desenvolvido no novo Parque Tecnológico Aeroespacial é um sistema de Drone. Segundo Luciana Santos, a iniciativa beneficiará a inteligência brasileira, a produção científica de universidades, institutos públicos de pesquisa.
“Esperamos que isso tudo possa se traduzir em produtos e em inovação, e que essa produção científica possa cada vez mais dialogar com setor produtivo. Isso significa atender à agenda da nova industrialização; de novas bases tecnológicas”.
A ministra acrescentou que a cadeia da aeroespacial tem repercussões em outras áreas e em várias cadeias produtivas, pela complexidade tecnológica que enseja.
“Por isso, ela tem pacto e impacto muito positivo na educação; na formação do mão de obra especializada; e na geração de emprego de alta qualidade. Além disso, reduz a fuga de cérebros do país, que é também um assunto muito grave que a gente precisa enfrentar”, completou.
A expectativa é de que ele comece a funcionar no primeiro semestre de 2025, com a entrada em operação da pista e do pátio de aeronaves.