Presidentes da Guiana e Venezuela prometem diálogo
Encontro entre Irfaan Ali e Nicolás Maduro sobre a contenda por Essequibo aconteceu em São Vicente e Granadinas com delegação brasileira como observadora
Publicado 14/12/2023 20:53 | Editado 18/12/2023 12:42
O conflito gerado pela manifestação da Venezuela em incorporar o território de Essequibo, pertencente à Guiana, teve um avanço pelo diálogo nesta quinta-feira (14). Após um referendo e insinuações de que poderia ocupar o local, que faz fronteira com o Norte do Brasil, o presidente venezuelano Nicolás Maduro e o presidente da Guiana, Irfaan Ali, se encontraram em São Vicente e Granadinas para debater a situação.
A reunião simboliza um avanço na tentativa de conter os ânimos sobre a disputa. O encontro foi encerrado com um aperto de mão entre os dois líderes.
Segundo Ali, em palavras para a imprensa, a área de 160 mil quilômetros reivindicada por Caracas é soberana de seus país, que tem o direito de explorá-la como bem entender. A indicação é feita pois Maduro tem interesse de criar o estado venezuelano da “Guiana Essequiba” com vias de explorar o petróleo da região, principalmente o encontrado no mar territorial.
Images from the ongoing CARICOM/CELAC/Brazil-brokered meeting in St Vincent and the Grenadines. pic.twitter.com/MVb3qsR90G
— President Dr Irfaan Ali (@presidentaligy) December 14, 2023
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Por parte da Venezuela o entendimento foi que a posição segue inalterada, ainda que em publicação nas redes sociais do governo tenha se falado na continuidade do diálogo “a fim de resolver a controvérsia”.
#LaFoto ? | Estrechón de manos sella disposición de Venezuela y Guyana para continuar con el diálogo, en función de dirimir la controversia en relación al territorio Esequibo. pic.twitter.com/zIuAj3rKBG
— Prensa Presidencial (@PresidencialVen) December 14, 2023
Nesta quinta pela manhã, Maduro compartilhou em suas redes pessoais uma edição de um semanário digital, chamado Cuatro F, em que é destacado o mapa da Venezuela com o território de Essequibo incorporado. A publicação tem texto que cita o encontro com Irfaan Ali como grande conquista, ainda que contenha críticas à ExxonMobil que explora o petróleo na Guiana. As matérias acusam a empresa dos Estados Unidos de adotar um modelo sem responsabilidade ambiental.
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No mesmo documento, Maduro relata que conversou com o presidente Lula, que o chamou para escutar o que tinha a dizer. Neste trecho, o venezuelano diz que foi uma conversa amistosa e que Lula é um líder respeitoso, de uma potência mundial, que é o Brasil. Dessa conversa, o brasileiro se comprometeu em manter diálogo direto para resolver a questão, que Maduro disse buscar uma resolução por vias diplomáticas e pacíficas.
Encontro
Os dois presidentes foram instados a se encontrar por meio da Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos Caribe), Caricom (Comunidade do Caribe) e pela diplomacia brasileira. O assessor especial da presidência, o diplomata Celso Amorim, acompanhou o encontro. A posição do Brasil tem sido pela defesa do diálogo e contrária a ações que agravem o conflito.
Declaração
Ainda na noite de quinta, às 22h30 do horário de Brasília, o presidente Nicolás Maduro publicou em seu perfil pessoal uma declaração conjunta aprovada pelos presentes.
Em um dos pontos da declaração é dito que Guiana e Venezuela acordaram em não se ameaçar e não utilizar a força em nenhuma circunstância.