Copom define nesta quarta (13) a taxa básica de juros

BC deve cortar 0,5% na Selic, que chegará ao menor patamar desde março/2022. Redução de riscos e inflação controlada podem acelerar o ritmo de corte em 2024

Membros do Copom (esq para dir): Bruno Serra, Otavio Ribeiro, Paulo Souza, Carolina de Assis, Mauricio Moura, Campos Neto, Fernanda Guardado, Renato Gomes e Diogo Abry Guillen. - Divulgação/Banco Central

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) divulga, nesta quarta (13), a oitava e última reunião do ano para definir a taxa básica de juros, a Selic. A expectativa é que o órgão reduza a taxa dos atuais 12,25% ao ano para 11,75% ao ano.

Os membros do comitê iniciaram as discussões nesta terça (12) e a decisão será anunciada após as 18h desta quarta. Se confirmada, essa será a quarta redução seguida na taxa Selic, que cairá ao menor patamar desde março de 2022, quando estava em 10,75% ao ano.

No comunicado do último encontro, em novembro, o órgão informou que a magnitude total do ciclo de flexibilização ao longo do tempo dependerá da evolução da dinâmica inflacionária.

Considerando o bom comportamento da inflação, a projeção do mercado financeiro é de que a taxa de juros continue recuando ao longo de 2024, e que termine o próximo ano em 9,25% ao ano.

A possibilidade de o BC acelerar o ritmo de corte do juros em 2024 voltou a ser tema de discussões entre economistas. A redução dos riscos externos, o câmbio mais favorável e a perspectiva de queda das projeções de inflação para os anos seguintes são os principais motivos de quem defende os cortes mais acelerados.

Nas últimas reuniões, no entanto, os membros do Copom orientaram que a tendência era de uma “redução de mesma magnitude nas próximas reuniões”. Após muita pressão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de setores da organização civil, os cortes da Selic vem sendo de 0,50 ponto percentual desde agosto.

Neste sábado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou a postura do Banco Central no começo do ano, ao não abaixar taxa Selic, colocando o Brasil com a maior taxa de juros real do planeta.

 “É uma diretoria muito ‘hawkish’, muito durona. Começaram a baixar a taxa de juros só em agosto. Por isso que estamos sofrendo um período de menor crescimento. Poderíamos estar crescendo mais”, disse o ministro, fazendo referência a um dos tipos de conduta monetária, em que se busca uma política austera, com taxas de juros mais altas, menor demanda e inflação controlada.

“Tem uma gordura na política monetária muito maior que na política fiscal, muito maior. Então, tenho certeza, graças a nossa política, o Banco Central ficou constrangido a baixar os juros. Não fez isso por vontade. Fez isso pelas circunstâncias. Com o dólar caindo, a inflação acomodando. Qual é a justificativa para manter a taxa de juros?”, disse.

Autor