Brasil lidera ranking de homicídios no mundo, diz ONU
Levantamento feito em 2021 mostra que, em números absolutos, país foi onde mais se cometeram assassinatos (acima de 45 mil), seguido da Índia e do México; 81% das vítimas são homens
Publicado 10/12/2023 11:01 | Editado 11/12/2023 17:09
Nesta sexta-feira (8), a ONU divulgou o “Estudo Global Sobre Homicídios 2023”, revelando que o Brasil lidera o ranking de países com mais homicídios do mundo em números absolutos. Dos 458 mil homicídios registrados globalmente em 2021, ano de referência da pesquisa, 10,4% ocorreram no Brasil, onde foram registrados mais de 45 mil homicidios, seguido da Índia, com 41 mil. Veja ranking abaixo.
Ranking de países com mais homicídios em 2021
- Brasil – 45.562
- Índia – 41.330
- Mexico – 35.700
- Estados Unidos – 22.941
- Mianmar – 15.299
- Colômbia – 13.223
- Rússia – 9.866
- Paquistão – 9.068
- Turquia – 7.578
- Venezuela – 5.444
A situação se torna ainda mais alarmante ao considerar as taxas per capita: o Brasil apresenta uma taxa de 22,38 homicídios a cada 100 mil habitantes, quase quatro vezes mais do que a média global de 5,8 por 100 mil habitantes. A América Latina e o Caribe respondem por cerca de 27% dessas ocorrências, sendo identificada como a região mais violenta do mundo.
“A América Latina e o Caribe não só têm consistentemente a maior taxa de homicídios de todas as sub-regiões, como também obtiveram a maior proporção de homicídios relacionados com o crime organizado em todo o mundo em 2021”, afirmou o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC, na sigla em inglês), que elaborou o estudo.
A África registrou o maior número de homicídios, com 176 mil, ou seja, 12,7 casos de homicídio a cada 100 mil habitante. Já a região das Américas registrou em torno de 154 mil.
Perfil das vítimas
Embora 81% das vítimas de homicídio sejam homens, as mulheres têm maior probabilidade de serem mortas por familiares ou parceiros íntimos, representando 54% de todos os homicídios domésticos e 66% das vítimas por parceiros íntimos. Além disso, o estudo destaca que 40% dos homicídios ocorrem com o uso de armas de fogo, atingindo um alarmante índice de 75% nas Américas.
Outro dado preocupante é que, globalmente, 15% das vítimas (71.600) eram crianças.
Motivação
O ano de 2021 foi excepcionalmente letal, atribuído em parte às consequências econômicas da pandemia de covid-19. Além disso, o aumento do crime organizado e da violência sociopolítica e relacionada a gangues foi responsável por 22% dos casos em todo o mundo e 50% nas Américas.
Ghada Waly, diretora executiva do UNODC, ressaltou a complexidade dos fatores que impulsionam as mortes por homicídio e enfatizou a necessidade de políticas baseadas em evidências para abordar as causas fundamentais dessa violência. Desde 2000, aproximadamente 9,5 milhões de pessoas foram vítimas de homicídios em todo o mundo, superando as mortes por ataques terroristas (340 mil) e conflitos armados (1,5 milhões) combinadas.
“Todos os anos, testemunhamos a perda de milhares de vidas por homicídio, um lembrete sombrio de nosso fracasso coletivo em cumprir a promessa dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável de reduzir significativamente todas as formas de violência até 2030”, diz o relatório.
O estudo serve como um sombrio lembrete do desafio coletivo em cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável de reduzir todas as formas de violência até 2030.
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Com informações da ONU e agências
Edição: Bárbara Luz