Mauro Vieira diz que paz na América do Sul é essencial e defende diálogo

O clima é tenso no subcontinente. O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, defendeu a incorporação a seu país do território Essequibo, na Guiana

Reunião de chanceleres do Mercosul (Foto: João Risi/Audiovisual PR)

Em meio às tensões envolvendo a Venezuela e a Guiana, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse que a manutenção da paz na América do Sul é “imprescindível” para o desenvolvimento da região.

O clima é tenso no subcontinente. O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, defendeu a incorporação a seu país do território Essequibo, na Guiana. No domingo (3), a população venezuelana aprovou um referendo que propõe a anexação da área.

Ainda na COP 28, na primeira manifestação sobre a crise, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que tudo que a América do Sul “não precisa agora é de confusão”.

“Se tem uma coisa que precisamos para crescer e melhorar a vida do nosso povo é a gente baixar o facho, trabalhar com muita disposição de melhorar a vida do povo e não ficar pensando em briga, não ficar inventando história. Então, espero que o bom senso prevaleça do lado da Venezuela e da Guiana”, disse Lula na ocasião.

Leia mais: Maduro propõe a criação de um Estado venezuelano na Guiana

Na reunião com chanceleres do Mercosul nesta quarta-feira (6), Mauro Vieira fez um pronunciamento na mesma linha do presidente.

“Num mundo conturbado por tantos conflitos, é sempre importante lembrar a contribuição do Mercosul para que a América do Sul constitua hoje a zona de paz mais extensa do mundo. É essencial que continuemos dialogando e trabalhando para que nossa região siga nessa trilha”, afirmou.

Mercosul

O ministro disse que ao longo das três décadas, desde sua criação, o Mercosul se consolidou como um elemento central de coesão e articulação da integração da América do Sul.

“Graças ao Mercosul e aos esforços conjuntos com nossos Estados Associados, constituímos, desde 2019, uma zona de livre comércio de fato na América Latina, que estimula a produção e o comércio de bens com valor agregado e oferece claros benefícios econômicos e sociais para os nossos povos”, argumentou.

Disse que o governo brasileiro considera o bloco econômico o principal mecanismo político, econômico e diplomático para a articulação regional.

“O bloco conta com robusta institucionalidade composta, de um lado, de seus órgãos constitutivos, e também, por outro lado, das dezenas de reuniões de ministros e de autoridades especializadas, seja em questões técnicas seja na agenda social e cidadã. A maioria dos nossos ministérios setoriais mantém contato regular entre si para intercambiar boas práticas e para desenvolver uma agenda comum”, observou.

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