Redução de sanções dos EUA à Venezuela abre caminho para acordos

Brasil e Colômbia já sinalizaram com a possibilidade de negócios. Nesta quinta, Maduro pediu a Biden a suspensão definitiva das sanções

Petro se reúne com Maduro. Foto: Presidencia de Colombia

Novas possibilidades podem se abrir nas relações comerciais com a Venezuela, após os Estados Unidos reduzirem suas sanções ao petróleo, gás e ouro do país. Brasil e Colômbia, por exemplo, já demonstraram ter interesse em acordos com o vizinho. 

No caso do Brasil, recentemente o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates fez uma sinalização neste sentido. À Agência EPBR, Prates declarou que esse novo cenário o inspira a pensar “seriamente em considerar investimentos na Venezuela”. E completou: “não tem nada a ver com questões ideológicas ou políticas que possam haver entre os países, entre os dirigentes etc. A Venezuela é a maior reserva de petróleo do mundo. Maior que a da Arábia Saudita. Às vezes as pessoas ou não sabem ou até esquecem disso. E eles estão muito necessitados de investimentos lá.” 

Prates disse, ainda, que apesar da flexibilização do bloqueio ter duração de seis meses podendo ser renovado “é um processo muito importante e eu posso assegurar que o Brasil, com o papel de liderança do presidente Lula na América Latina, será um protagonista nas discussões”.

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No final de outubro, o governo dos EUA anunciou a suspensão temporária das sanções ao petróleo, gás e ouro venezuelanos. E, nesta quinta-feira (30), o presidente Nicolás Maduro pediu a Joe Biden que as sanções sejam permanentemente suspensas. O presidente venezuelano também defendeu “uma nova era de relações respeitosas e colaborativas do mais alto nível” entre as duas nações. 

Em outubro — quando estava sendo costurado o acordo sobre as eleições na Venezuela, que levaram à suspensão das restrições pelos EUA — os presidentes Lula e Maduro conversaram, entre outras coisas, sobre a possibilidade de acelerar a negociação de um Acordo de Cooperação e Facilitação de Investimentos entre os países. Segundo o governo brasileiro, isso representaria “uma alternativa inovadora aos tradicionais acordos bilaterais de investimentos”. 

Outro país que recentemente demonstrou interesse em acordos no setor energético e de gás com a Venezuela foi a Colômbia. Há poucos dias, os presidentes Gustavo Petro e Maduro se reuniram para tratar do assunto, que envolve a Empresa Colombiana de Petróleo (Ecopetrol) e a Petróleos de Venezuela S.A (PDVSA).

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“Construiremos projetos de energia limpas, que podem ser abundantes no norte da Colômbia, para transmitir energia elétrica ao Ocidente da Venezuela e traremos da Venezuela energias que ainda subsistem, para tentar suprir os déficits que existem na Colômbia”, disse Pedro após o encontro. 

“É muito provável que a Ecopetrol se torne sócia da PDVSA na exploração de campos de gás na Venezuela e de campos de petróleo. Assim vamos assegurar, em ambas vias, energia elétrica à Venezuela e matérias-primas fósseis à Colômbia”, completou. 

Com agências

(PL)

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