Acordo para libertação de prisioneiros palestinos e israelenses está perto

Embora cessar-fogo garanta ajuda humanitária temporária, Netanyahu indica que vai continuar guerra

Soldados israelenses transferem palestinos detidos para fora da Faixa de Gaza em 21 de novembro.

O cenário na Faixa de Gaza pode estar prestes a mudar com a iminência de um acordo de trégua mediado pelo Catar. Tanto o líder do grupo armado Hamas, Ismail Haniyeh, quanto o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, indicaram otimismo sobre o desfecho das negociações, que poderiam resultar na troca de cativos por prisioneiros palestinos.

O presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou na terça-feira que as negociações estão em estágio avançado: “Há semanas que trabalhamos para retirar os reféns. Agora estamos muito perto.” No entanto, ele ressaltou que qualquer ação será tomada somente quando todos os detalhes estiverem acertados.

O líder do Hamas, Haniyeh, declarou que a resposta do grupo aos mediadores do Catar foi entregue, indicando progresso nas negociações. Embora não tenha fornecido detalhes específicos, o oficial palestino Ezzat el-Reshiq afirmou que as discussões abrangem a duração do cessar-fogo, acordos para entrega de ajuda humanitária a Gaza e a troca de prisioneiros.

O possível acordo envolverá a libertação de mulheres e crianças por ambos os lados, sendo os detalhes finais anunciados pelo Catar. El-Reshiq mencionou que o cessar-fogo abrangerá também disposições para o fornecimento de ajuda a todas as áreas de Gaza e a transferência de feridos para tratamento em outros países.

No entanto, Netanyahu, após reuniões com seu gabinete de segurança, indicou que Israel continuará a guerra, mesmo que um cessar-fogo temporário seja alcançado para a libertação dos cativos. “Quero esclarecer: estamos em guerra, continuaremos em guerra, até atingirmos todos os nossos objetivos. Destruiremos o Hamas, devolveremos todos os nossos raptados e desaparecidos e garantiremos que em Gaza não haverá qualquer partido que represente uma ameaça para Israel”, disse ele.

Autoridades norte-americanas não identificadas sugeriram que o acordo proposto envolverá a libertação de 50 prisioneiros israelenses em troca de 150 prisioneiros palestinos, acompanhado por uma pausa nos combates de quatro ou cinco dias.

A reação pública em Israel ainda é incerta, com figuras de extrema direita, como os ministros Itamar Ben-Gvir e Bezalel Smotrich, opondo-se ao acordo. Ben-Gvir e Smotrich acreditam que o que os militares israelitas têm feito em Gaza tem sido eficaz, que foi assim que este acordo foi alcançado – mas opuseram-se a qualquer tipo de libertação de prisioneiros palestinos. A aceitação do pacto dependerá das deliberações internas do governo israelense.

No entanto, a crescente pressão internacional, refletida na recente resolução do Conselho de Segurança da ONU, pode influenciar a tomada de decisão. A comunidade internacional, por meio do Conselho de Segurança das Nações Unidas, apelou a “pausas e corredores humanitários urgentes e alargados”, buscando aliviar a crise humanitária na região.

O desfecho das atuais negociações pode ter implicações significativas para a estabilidade na região. Enquanto a situação evolui, a comunidade internacional observa atentamente, esperando que um possível acordo de trégua traga alívio para a crise humanitária em Gaza e encerre semanas de conflito devastador.

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