Lula pede apoio de Israel para nova repatriação na Faixa de Gaza

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comunicou, nesta quinta (16), o presidente de Israel, Isaac Herzog, que o Brasil está preparando uma nova lista de brasileiros e seus parentes palestinos que desejam sair da região.

Por telefone, Lula agradeceu pelo apoio para a repatriação de cidadãos brasileiros que estavam na Faixa de Gaza e se comprometeu em articular um apelo pela libertação dos sequestrados pelo israelenses.

O telefonema durou cerca de 40 minutos, segundo informou, em nota, o Palácio do Planalto. É a segunda vez que os dois líderes conversam por telefone em pouco mais de um mês. A primeira conversa ocorreu no dia 12 de outubro.

Há uma demanda de mais de 60 pessoas que pedem para entrar em uma segunda lista, de acordo com O Globo. Lula quer que o Brasil seja o mais flexível possível, liberando o ingresso no país, por exemplo, de cidadãos em graus de parentesco a partir do segundo grau, como irmãos.

Na ligação, o presidente Lula “manifestou grande preocupação com a gravíssima crise humanitária em Gaza e consternação com a perda de vidas, em particular de crianças”.

O presidente brasileiro reafirmou a Herzog sobre a tradição pacífica do Brasil, em que judeus e árabes convivem em paz, repudiou atos de antissemitismo em meio ao agravamento do conflito e prometeu coibi-los.

De acordo com o Planalto, Herzog falou a Lula de sua preocupação com os reféns sequestrados pelo Hamas, e pediu que o presidente Lula reforçasse o apelo pela sua libertação, em articulação com outros países da América Latina.

“Além de se comprometer com o pedido, o presidente Lula recordou que já fez apelos pela libertação de todos os reféns em contatos mantidos com vários líderes do Oriente Médio (Irã, Emirados Árabes, Turquia, Catar, Egito, Autoridade Palestina), além de França, Rússia e Índia. Informou ter realizado videoconferência com familiares israelenses dos reféns”, diz a nota.

Lula reafirmou a posição do Brasil em defesa de dois Estados, o de Israel e o da Palestina, “vivendo lado a lado, com fronteiras seguras e mutuamente aceitas”. Lembrou que o governo brasileiro defende uma ampla reforma da governança global, que também seja voltada e eficiente para a prevenção e resolução de conflitos como o que se prolonga no Oriente Médio.