MCTI reativa empresa pública de chip quase extinta por Bolsonaro

Na cerimônia de retomada, ministra Luciana Santos diz que Ceitec pode desenvolver e fabricar dispositivos que atendam aos desafios globais, como a transição energética

Foto: Gabriel Oliveira (ASCOM/MCTI)

A retomada das operações do Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec), em Porto Alegre (RS) foi marcada por cerimônia realizada nesta terça-feira (13), com a presença da ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos. A empresa pública, vinculada ao MCTI, atua em projetos e fabricação de circuitos integrados e chips para aplicação em diversos segmentos. Apesar de sua importância estratégica para o país, o então presidente Jair Bolsonaro tentou extingui-la. 

Para reverter a liquidação da empresa e garantir sua atuação no ramo de semicondutores, foi publicado o decreto 11.478, de 6 de abril de 2023, que excluiu o Ceitec e outras empresas do Programa Nacional de Desestatização e revogou a qualificação das empresas e ativos no âmbito do Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência da República. Além disso, estão sendo destinados R$ 110 milhões em recursos para o Ceitec. 

“O Ceitec reúne as condições para o desenvolvimento e a fabricação de dispositivos que atendam aos desafios globais, como o da transição energética, fornecendo insumos para painéis fotovoltaicos, veículos elétricos e híbridos”, disse a ministra durante a cerimônia. 

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Para Luciana Santos, o Ceitec é uma oportunidade para o Brasil dominar o conhecimento científico, tecnológico e produtivo que poucos países do mundo possuem em um setor estratégico. “Com recursos humanos altamente qualificados e sofisticada infraestrutura, a Ceitec tem capacidade para operar diferentes rotas tecnológicas, inclusive alinhadas às políticas de inovação e de reindustrialização em novas bases”, ressaltou.

Foto: Gabriel Oliveira (ASCOM/MCTI)

O presidente do Ceitec, Augusto Gadelha, lembrou que a área de semicondutores é “complexa, requer investimentos massivos e competência de recursos humanos” e destacou a sua importância para o desenvolvimento do país. “Muito se fala sobre a ‘guerra dos chips’ entre China e Estados Unidos, porque o chip é a peça fundamental da sociedade moderna”, explicou. “Falta, no Brasil, a capacidade de fabricar chips, e é a isso que a Ceitec se propõe. A Ceitec é necessária para o país e temos de ser bem-sucedidos. O Brasil pode sim ser parte dos países que fabricam chips”, defendeu.

A deputada federal Daiana Santos (PCdoB-RS), vice-presidenta da Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação da Câmara, salientou o fato de que o processo de retomada da área da ciência e do Ceitec tenha a atuação destacada de mulheres e apontou a importância de espaços como este “para o desenvolvimento social, econômico, tecnológico e para a soberania nacional”. 

Com informações do MCTI

Edição: Priscila Lobregatte

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