Brasil voltará a defender suspensão de hostilidades no Conselho de Segurança
Segundo o chanceler, Lula quer debater a criação de pausas humanitárias no órgão das Nações Unidas. Israel escala o conflito para uma limpeza ética na Faixa de Gaza
Publicado 13/11/2023 10:33 | Editado 14/11/2023 09:01
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou neste domingo (12) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva seguirá buscando junto ao Conselho de Segurança das Nações Unidas uma solução que permita a suspensão de hostilidades e a criação de pausas humanitárias no confronto no Oriente Médio.
Segundo o chanceler, após o sucesso da operação de repatriação dos brasileiros em Gaza, o governo tende ainda nesta semana apelar ao Conselho de Segurança da ONU.
“A questão desses brasileiros está resolvida, mas a situação do conflito é gravíssima e o presidente Lula continua muito envolvido na solução, ele tem falado constantemente com chefes de Estado e Conselho de Segurança da ONU”, afirmou Mauro Vieira.
“É sua intenção voltar a tratar no Conselho de Segurança das Nações Unidas, a partir desta semana, para que se possa encontrar uma forma de cessação das hostilidades e a criação de uma pausa humanitária que se possa levar ao alívio da população civil palestina que se encontra ainda em Gaza”, completou o ministro
O grupo de brasileiros e seus familiares (22 brasileiros e 10 palestinos) que estavam na Faixa de Gaza chegaram neste domingo (12.nov.2023) ao Cairo, no Egito e devem chegar por volta de 23h30 em Brasília.
“Todo esforço para libertação dos brasileiros, todos, desde o início, desde o dia 7, foi feito pelo governo do presidente Lula, por instrução dele, com acompanhamento diário. Eu fui o interlocutor com todos os países envolvidos, e foi isso que resultou na conclusão exitosa desse acordo. Isso é o eu posso dizer e é o que existe”, disse o ministro.
O ministro exaltou o envolvimento de diversos ministérios que se empenharam no processo. Quando o grupo resgatado de Gaza chegar ao Brasil, o que está previsto para ocorrer nesta segunda-feira, 13 de novembro, a operação terá transportado 1.477 passageiros: 1.462 brasileiros, 11 palestinos, três bolivianas e uma jordaniana, além de 53 animais domésticos, em dez voos comandados pela Força Aérea Brasileira (FAB).
“Toda a organização, toda a operação contou com a participação efetiva do Ministério das Relações Exteriores, do Ministério da Defesa, da Força Aérea Brasileira e, na chegada, teremos a participação do Ministério da Justiça, da Saúde e do Ministério do Desenvolvimento Social na parte de acolhimento a todos esses brasileiros”, listou.
De acordo com a cientista política Ana Prestes, há uma previsibilidade sobre como Israel vai conduzir o conflito.
Ela enfatiza a tendência histórica de Israel avançar sobre o território palestino, resultando em uma possível limpeza étnica, a menos que haja uma mudança significativa na dinâmica internacional ou na sociedade israelense. Ela argumenta que, se não houver uma intervenção internacional, Israel continuará massacrando o povo palestino.
Saiba mais: Após um mês de conflito, destino de Gaza é o pior imaginável se não houver freio
Saiba mais: Guerra deixa rastro de destruição na economia da Palestina, diz relatório da ONU