Atos contra massacre na Palestina continuam no Brasil e no mundo
Mais um final de semana de manifestações pedindo cessar fogo. Performance na Avenida Paulista chamou atenção para morte de crianças
Publicado 13/11/2023 17:00 | Editado 13/11/2023 18:26
As cidades de São Paulo e de Brasília tiveram, neste domingo (12), atos pró-Palestina e pelo cessar-fogo na Faixa de Gaza, pelo quarto final de semana consecutivo. Em São Paulo, o ato na Avenida Paulista começou às 11h em frente à Praça Oswaldo Cruz e seguiu até o Museu de Arte de São Paulo (Masp), finalizando por volta das 14h com uma reza de um grupo de muçulmanos. Em Brasília, o ato ocorreu no Eixo Norte, no Plano Piloto, a partir das 10h.
O ato em São Paulo foi organizado pela Frente em Defesa da Luta do Povo Palestino e contou com a participação de partidos políticos e movimentos sociais. Um dos gritos entoados pelos manifestantes era: “Estado de Israel, Estado assassino! Viva a luta do povo palestino!”
Um dos organizadores, Mohamad El Kadri foi presidente do Fórum Latino Palestino e contou que esse já é o quinto ato a favor da Palestina em São Paulo, desde o início das hostilidades mais recentes, que começaram em 7 de outubro. Para ele, os atos servem para informar à sociedade sobre a causa do povo palestino.
“As mobilizações levam para as pessoas conhecimento sobre a causa palestina. Aqui no Brasil as pessoas não conhecem bem o motivo da causa palestina. Inclusive o trabalho da mídia é muito parcial, eles não entrevistam representantes da comunidade palestina e da sociedade árabe. Uma senhora na manifestação falou que nem imaginava que Israel ocupa a Palestina por 75 anos”, destacou.
Para Mohamad os atos também servem de alento aos palestinos em Gaza: “tudo que a gente faz no Brasil a gente manda para os palestinos em Gaza e na Cisjordânia. Isso para eles é muito importante, eles veem que não estão sozinhos”.
O ex-deputado e ex-vereador, Jamil Murad, disse que “o mundo está se levantando contra o genocídio do povo palestino perpetrado pelo governo fascista de Israel em Gaza”. “Deixar uma população inteira sem água e alimentos enquanto a bombardeia é crime de guerra e ação de extermínio cometidos contra o povo palestino que tem direito a ser livre e ter seu Estado soberano”, acrescentou o dirigente do PCdoB.
Falando em nome do Cebrapaz (Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz), Francisco Freitas, que também representou a Facesp (Fereração das Associações Comunitárias do Estado de São Paulo, destacou que “estamos aqui para reafirmar nosso apoio e compromisso com a libertação do povo palestino”.
“Assim como defendemos a autodeterminação dos povos, queremos o imediato cessar-fogo para que Israel pare de matar crianças e mulheres palestinas aos milhares como vem ocorrendo desde o início do mês de outubro”.
Liege Rocha, que integra o Comitê de Direção da Federação Democrática Internacional de Mulheres (FDIM), informou que o recente encontro do Comitê, ocorrido em Madri e do qual participou, foi marcado pelo repúdio de lideranças femininas do mundo inteiro ao genocídio contra o povo palestino em Gaza.
Uma performance de mulheres simulando carregar crianças mortas em panos manchados de vermelho chamou atenção do público. A ideia é denunciar o elevado número de óbitos de crianças pelos bombardeios de Israel.
Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, o número de crianças mortas desde o dia 7 de outubro chegou a 4.506 neste domingo. Com isso, uma criança morre a cada 10 minutos no enclave palestino.
Brasília
Em Brasília, o ato foi organizado pelo Comitê de Solidariedade ao Povo Palestino, que reúne partidos políticos e movimentos sociais. O presidente do Instituto Brasil Palestina, Ahmad Shehada, foi um dos organizadores deste que foi o sexto ato de rua em Brasília a favor da causa palestina.
Shehada nasceu em um campo de refugiados em Gaza, tem familiares na zona de guerra, e destacou que esses atos são uma resposta às agressões de Israel.
“A causa palestina é de toda a humanidade, é uma causa justa. O povo está sensibilizado contra esses ataques contra as crianças, contra os hospitais”.
A professora Eliene Bento Luiz, de 58 anos, foi ao ato em Brasília por acreditar que é importante mostrar para o governo que a sociedade brasileira está atenta ao que acontece em Gaza. “Isso não quer dizer que somos antissemitas, pois sabemos o quanto o povo judeu sofreu ao longo da história. Queremos, sim, que o povo palestino seja respeitado. Se deve haver punição, que seja ao grupo Hamas, não com morte e sangue de inocentes e crianças”, destacou.
Mundo
Manifestações pró-Palestina também ocorreram em diversas cidades pelo mundo neste final de semana. Em Londres, na Inglaterra, um ato reuniu mais de 300 mil pessoas nesse sábado (11).
Também foram registradas manifestações pró-Palestina e pelo cessar fogo em Bruxelas (Bélgica), Berlim (Alemanha), Genebra (Suíça), Barcelona (Espanha) e Austrália. Mesmo em cidades médias e interioranas foram registrados eventos semelhantes.
No sábado, a seleção palestina de futebol do Chile entrou em campo com lenços palestinos e fitas pretas de luto em apoio às vítimas na Palestina. Antes de iniciar o jogo, ajoelharam-se em sinal de solidariedade enquanto se fazia um minuto de silêncio. O Clube Esportivo Palestina foi fundado em 1920 por imigrantes palestinos no Chile, 28 anos antes da criação do Estado de Israel. A comunidade palestina no Chile é a maior do mundo fora da região.
El sábado el equipo de fútbol Palestino en Chile, salió a la cancha con pañuelos palestinos y con cintas negras de luto en apoyo a las víctimas en Palestina.
Antes de iniciar el partido se arrodillaron en señal de solidaridad mientras se realizaba un minuto de silencio. pic.twitter.com/EFQnwIorYZ— ANRed #25Años (@Red__Accion) November 13, 2023
Durante discurso em Amsterdã (Holanda), a ativista ambiental Greta Thunberg foi interrompida, após repudiar as políticas criminosas de Israel em Gaza. Tentaram censurá-la por repudiar a política criminosa de Israel em Gaza.
Depois, no palco, cantaram “Não há justiça climática nas terras ocupadas”. Dias atrás, Thunberg convocou no X para “levantar a voz e pedir um cessar-fogo imediato, justiça e liberdade para os palestinos e todos os civis afetados”.
Intentan censurar a Greta Thunberg por repudiar la política criminal de Israel en Gaza
? Durante un discurso en #Ámsterdam (#PaísesBajos ??), la activista ambiental #GretaThunberg fue interrumpida tras repudiar las políticas criminales de Israel ?? en #Gaza ??. pic.twitter.com/BFreiM2ZXv
— ANRed #25Años (@Red__Accion) November 13, 2023
As bandeiras palestinas encheram de cor a Plaza de Mayo, em Buenos Aires (Argentina). Num sábado ensolarado, ocorreu uma nova manifestação em apoio ao povo palestino. Lá foram lidos um relatório de situação, poemas e endossos.
Ao final do ato de solidariedade ao povo palestino, a representante das Mães da Praça de Maio, na Argentina, tomou a palavra para ler o final do documento acordado pelas organizações organizadoras. “Vou falar em nome dos nossos 30 mil detidos desaparecidos, que estariam aqui entre nós”, foram as suas primeiras palavras antes de começar a ler o documento.
#PlazaDeMayo #CABA Nora Cortiñas leyó el final del documento en apoyo al pueblo palestino pic.twitter.com/4YnrP9dBQY
— ANRed #25Años (@Red__Accion) November 12, 2023
Milhares de pessoas (30 mil segundo as organizações) mobilizaram-se novamente ontem em Barcelona. As mobilizações contaram com presença significativa de comunidades árabes.
Barcelona se movilizó por Palestina
Miles de personas (30.000 según las organizaciones) se movilizaron nuevamente ayer en Barcelona. Las movilizaciones contaron con una importante presencia de las comunidades árabes. pic.twitter.com/vRuh2Tc9MN
— ANRed #25Años (@Red__Accion) November 12, 2023
As contagens falam de um milhão de pessoas na capital inglesa. Uma médica britânica desabou ao ler uma mensagem de emergência do diretor do Hospital Al-Shifa em Gaza. Trabalhadores reuniram-se para exigir que o primeiro-ministro ponha fim ao genocídio em Gaza. O colapso do Hospital Al-Shifa, causado pelos ataques israelenses e pela falta de energia, levou à morte de 39 recém-nascidos prematuros que estavam em incubadoras.
Los conteos hablan de un millón de personas en la capital inglesa.
Una médica británica se quebró mientras leía un mensaje de emergencia del director del Hospital Al-Shifa en Gaza. Los trabajadores se reunieron para exigir al Primer Ministro que detenga el genocidio en Gaza pic.twitter.com/p0PxNlP7Gh— ANRed #25Años (@Red__Accion) November 11, 2023
No perfil de Zara Magnusson, uma estudante de medicina sueca, há também uma coletânea das imagens de manifestações de cobriram o mundo, enviadas por seus seguidores. Veja abaixo algumas delas:
A ? of all the protests in support of Palestine WORLDWIDE! ✊???
Please share your own pictures and videos in the comments so I can add them too! ??
1. Stockholm, Sweden ?? pic.twitter.com/WpsytcPSCG
— Zara Magnusson (@zaramagnusson) November 11, 2023
A ? of all the protests in support of Palestine WORLDWIDE! ✊???
Please share your own pictures and videos in the comments so I can add them too! ??
1. Stockholm, Sweden ?? pic.twitter.com/WpsytcPSCG
— Zara Magnusson (@zaramagnusson) November 11, 2023
106. Bandung, Indonesia ?? pic.twitter.com/a53BvIiyVt
— Zara Magnusson (@zaramagnusson) November 13, 2023
105. Montréal, Canada ?? pic.twitter.com/CeDNQJ6d3x
— Zara Magnusson (@zaramagnusson) November 13, 2023
105. Montréal, Canada ?? pic.twitter.com/CeDNQJ6d3x
— Zara Magnusson (@zaramagnusson) November 13, 2023
98. Kuala Lumpur, Malaysia ?? pic.twitter.com/gQo62BAr8K
— Zara Magnusson (@zaramagnusson) November 12, 2023
97. Ankara, Turkey ?? pic.twitter.com/mCgmx224aG
— Zara Magnusson (@zaramagnusson) November 12, 2023
94. Valencia, Spain ?? pic.twitter.com/LKQLb2vfct
— Zara Magnusson (@zaramagnusson) November 12, 2023
89. South Korea ?? pic.twitter.com/8fnck4JhXG
— Zara Magnusson (@zaramagnusson) November 12, 2023
89. South Korea ?? pic.twitter.com/8fnck4JhXG
— Zara Magnusson (@zaramagnusson) November 12, 2023
85. New York, USA ?? pic.twitter.com/iO8PiOviTV
— Zara Magnusson (@zaramagnusson) November 12, 2023
80. Melbourne, Australia ?? pic.twitter.com/JOTYf04DGP
— Zara Magnusson (@zaramagnusson) November 12, 2023
80. Melbourne, Australia ?? pic.twitter.com/JOTYf04DGP
— Zara Magnusson (@zaramagnusson) November 12, 2023
81. Christchurch, New Zealand ?? pic.twitter.com/Hf2CPOmcZX
— Zara Magnusson (@zaramagnusson) November 12, 2023
74. Egypt ?? pic.twitter.com/1A4uy3e89n
— Zara Magnusson (@zaramagnusson) November 12, 2023
72. Amsterdam, The Netherlands ?? pic.twitter.com/okGOINPFU4
— Zara Magnusson (@zaramagnusson) November 12, 2023
72. Amsterdam, The Netherlands ?? pic.twitter.com/okGOINPFU4
— Zara Magnusson (@zaramagnusson) November 12, 2023
68. Santa Clara, Cuba ?? pic.twitter.com/1hzqEnDGNI
— Zara Magnusson (@zaramagnusson) November 12, 2023
58. Rio de Janeiro, Brazil ?? pic.twitter.com/7C22sJK2rr
— Zara Magnusson (@zaramagnusson) November 11, 2023
58. Rio de Janeiro, Brazil ?? pic.twitter.com/7C22sJK2rr
— Zara Magnusson (@zaramagnusson) November 11, 2023
58. Rio de Janeiro, Brazil ?? pic.twitter.com/7C22sJK2rr
— Zara Magnusson (@zaramagnusson) November 11, 2023
60. Seoul, South Korea ?? pic.twitter.com/P0mFxKRUUz
— Zara Magnusson (@zaramagnusson) November 12, 2023
57. San José, Costa Rica ?? pic.twitter.com/cOQDQJJqMx
— Zara Magnusson (@zaramagnusson) November 11, 2023
56. Sarajevo, Bosnia ?? pic.twitter.com/JRZlYYEF0R
— Zara Magnusson (@zaramagnusson) November 11, 2023
54. Reykjavik, Iceland ?? pic.twitter.com/OhV5vOOqlW
— Zara Magnusson (@zaramagnusson) November 11, 2023
Com informações do Hora do Povo.