Após seis dias, ao menos 1.300 endereços seguem sem energia em SP

Protestos nos últimos dias indicam que bairros periféricos seguem sendo a maioria dos prejudicados pela empresa privada nesta semana. Enel não divulga lista das regiões

Foto: Rovena Rosa/ Agência Brasil

Dois dias após o prazo, cerca de 1,3 mil imóveis na Grande São Paulo seguem sem energia, segundo anuncia nesta quinta (9) da empresa privada Enel. Na última sexta (3), a empresa não teve condições de reparar as mais de 2 milhões de residências que ficaram sem luz por alguns dias.

A concessionária alega que o fornecimento de energia foi reestabelecido “a praticamente todos os clientes impactados na semana passada”.

A Enel não divulgou os bairros que continuam sem luz. Protestos nesta terça (7), no entanto, indicam que os bairros que seguem sem energia mais de 100 horas após o temporal fazem parte da periferia da capital e da região metropolitana.

Em reunião com a concessionária, o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) propôs um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). A proposta é que sejam indenizados todos os consumidores que ficaram sem energia elétrica no estado. A empresa tem 15 dias para responder.

A Eletropaulo foi privatizada a partir da década de 1990, mas foi em 2019 que a empresa italiana Enel assumiu o controle da distribuição da energia na capital paulista e em outros 23 municípios.

Desde aquele ano, os executivos da Enel demitiram 36% dos trabalhadores. Em 2019, eram 23.835 funcionários, entre próprios e terceirizados que vinham da antiga Eletropaulo. Em 30 de setembro de 2023, eram 15.366 colaboradores. Os dados são da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e foram divulgados primeiramente pela CNN Brasil.

Com menos funcionários, a concessionária dobrou o lucro em São Paulo, passando de R$ 777 milhões ao fim de 2019 para R$ 1,4 bilhão ao término de 2022. Com menos trabalhadores, no entanto, faltou mão de obra para fazer os serviços e retomar a luz do milhões de cidadãos que foram prejudicados.

Além do MP-SP, o governo federal irá cobrar providências e explicações da concessionária Enel sobre o apagão. A queda de energia chegou a afetar o funcionamento de escolas que realizaram, neste domingo (5), o Exame Nacional do Ensino Médio.

Após determinação do ministro da Justiça Flávio Dino na rede social X, o secretário nacional do Consumidor, Wadih Damous, informou também em sua conta na X, que irá notificar a Enel para prestar informações, no prazo de 24 horas, sobre a regularização do serviço, canais de atendimento aos consumidores, bem como sua ampliação no período de maior demanda, planejamento para enfrentar a situação, minimizar danos e ressarcir os consumidores.

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