Cid diz que Bolsonaro queria esconder investigados da PF no Alvorada
Revelação do ex-ajudante de ordens faz parta da delação premiada, aponta site. O foragido Oswaldo Eustáquio e Bismark Fugazza seriam escondidos no palácio
Publicado 31/10/2023 18:16 | Editado 01/11/2023 15:24
O Palácio da Alvorada foi cogitado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro como local para esconder investigados da Polícia Federal. A revelação parte do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da presidência, em trecho de delação premiada obtida pelo site UOL e divulgada nesta terça-feira (31).
Segundo Cid, quem seria escondido no Palácio é o blogueiro Oswaldo Eustáquio, que está foragido, e o youtuber Bismark Fugazza.
Além de serem acusados de participarem do denominado “gabinete do ódio”, incentivaram atos antidemocráticos que culminaram, no ano seguinte, no fatídico 8 de Janeiro.
Leia também: Cid diz que ordem para fraudar cartão de vacinas veio de Bolsonaro
Conforme o ex-ajudante de ordens, Eustáquio esteve no Palácio em 12 de dezembro de 2022, data em que Bolsonaro decidiu por abrigá-los devido a um eminente pedido de prisão. No entanto, Cid disse que demoveu Bolsonaro da ideia que poderia levar a problemas judiciais com o STF.
Mesmo com a vontade de escondê-los não levada adiante, Bolsonaro ordenou que Estáquio fosse transportado em carro oficial para ouro local para dificultar que a Polícia Federal o localizasse.
No mesmo mês Eustáquio e Fugazza tiveram ordem de prisão emitidas pelo ministro Alexandre de Moraes e fugiram para o Paraguai. O pedido indicava que a dupla havia participado e incentivado manifestações por uma intervenção militar contra o resultado das urnas após a vitória do presidente Lula. Desde 2020, o blogueiro era investigado por sua atuação que, entre outros crimes, pedia o fechamento do Supremo e do Congresso Nacional.
Ele está foragido e foi colocado na lista da Interpol. Informações dão conta que ele solicitou refúgio à Inglaterra. Fugazza foi preso ainda no Paraguai, no âmbito da operação Lesa Pátria.
A defesa de Bolsonaro e de Eustáquio negaram os fatos delatados por Cid.