Mulheres negras ganham três vezes menos que homens brancos no setor cultural

Média de salário das indústrias criativas é maior que na economia como um todo, no entanto, Observatório Itaú Cultural aponta disparidades de remuneração por gênero e raça no setor

Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil

Um levantamento feito pelo Observatório de Dados do Itaú Cultural e divulgado nesta segunda-feira (2) mostra que mulheres pretas e pardas recebem, em média, três vezes menos que homens brancos nesse setor.

Segundo o Painel de Dados (abaixo), o salário médio dos homens brancos alocados no segmento foi de R$ 6 mil mensais no 2º trimestre de 2023. A média paga aos homens pretos foi de R$ 3,5 mil e a dos pardos, R$ 3,7 mil mensais. Já as mulheres alocadas em ocupações culturais e criativas registraram remuneração média inferior à dos homens e as profissionais brancas ganham mais que as pares de outras raças. A média do salário das profissionais brancas é de R$ 3,7 mil mensais. As trabalhadoras pretas recebem em média R$ 2,2 mil e as pardas R$ 2 mil mensais.

Fonte: Painel de Dados Observatório Itaú Cultural (2023).           

Jader Rosa, superintendente do Itaú Cultural, enfatizou que, no mesmo período, esse cenário não se alterou em relação ao do ano passado. Ele ressaltou que a economia criativa, assim como outros setores econômicos, reflete a desigualdade social brasileira, manifestada na disparidade salarial. Rosa sublinhou a importância de “mapear e disponibilizar estes dados de maneira pública nos ajuda a apontar a necessidade de mais políticas afirmativas e sensibilizar os setores cultural e criativo para combater este problema”.

Gênero

Além da desigualdade salarial, o levantamento também revelou disparidades raciais no setor cultural. A maioria dos trabalhadores nas indústrias criativas é composta por brancos, enquanto pretos e pardos representam 42% dos postos no segmento. Por outro lado, em relação ao gênero, há um equilíbrio maior, com os homens representando 53% dos trabalhadores nas indústrias criativas, enquanto as mulheres representam 47%. A economia criativa abrange setores como cultura, moda, design, arquitetura, artesanato, comunicação e publicidade.

Fonte: Painel de Dados Observatório Itaú Cultural (2023).

Apesar desses desafios, o levantamento também destacou um dado positivo. No segundo trimestre deste ano, o setor cultural registrou um aumento de 188 mil postos de trabalho em relação aos primeiros três meses de 2023. Esse aumento de 3% contrasta com o crescimento de 1% no número de postos de trabalho na economia como um todo , derrubar um sinal encorajador para a economia criativa no país.

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com informações do Itaú Cultural

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