Leilão garante linhas de transmissão de energia do Nordeste para o Sudeste

Governo assina contratos do maior leilão de linhas de transmissão de energia com R$ 15,7 bi em investimentos em seis estados e 60 mil novos empregos

Reprodução de transmissão do Canal Gov

O vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, participaram nesta quarta-feira (27) da cerimônia de assinatura dos contratos de concessão do maior leilão de transmissão de energia do país. Com isso, a grande geração de energia eólica e solar no Nordeste brasileiro, passará a ter linhas para transportá-la, construindo a rede que trará a energia renovável para o Sudeste.

O leilão foi o maior da história do país com previsão de R$ 15,7 bilhões em investimentos e a criação de 60.000 empregos diretos e indiretos. O leilão inclui a realização de obras de construção, operação e manutenção em 6.184 quilômetros de linhas de transmissão e subestações em seis estados brasileiros (Bahia, Sergipe, Pernambuco, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro), com capacidade de transformação de 400 megavolt-ampères (MVA).

O leilão de transmissão de energia promovido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na última sexta-feira (30) foi bem-sucedido e cumpriu com uma expectativa do mercado e do governo. Este é o primeiro de três megaleilões para a concessão de linhas de transmissão de energia que a agência pretende realizar. O interesse demonstrado pelas empresas aponta para otimismo nos próximos leilões.

Foram vendidos no leilão nove lotes, com 50,97% de deságio médio sobre as receitas anuais previstas para os agentes vencedores. Isso significa que os compradores pagaram cerca de metade do valor estimado das receitas anuais que vão obter com os empreendimentos.

Serão 33 empreendimentos com prazo para o início da operação comercial variando de 36 a 66 meses, para concessões por 30 anos, contados a partir da celebração dos contratos.

Energia renovável

O governo tem lançado grandes leilões de transmissão para aumentar a capacidade de escoamento de energias renováveis, principalmente solar e eólica. Só em 2023, os dois certames devem bater recordes sucessivos de investimentos previstos.

Na data do leilão, 7 grupos empresariais tinham saído como vencedores. No entanto, o Consórcio Gênesis, que tinha dado a maior oferta em 2 lotes, foi inabilitado para assumir as concessões pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). No lugar, foram convocados os 2º colocados na disputa pelos lotes 1 e 8. Ficaram, então, 6 vencedores.

Entre as grandes companhias que tiveram os contratos assinados estão Eletrobras Furnas, Engie Brasil e Cteep (Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista).

Além deste, o governo e a Aneel já marcaram o 2º leilão de transmissão do ano, que será realizado em 15 de dezembro. A expectativa é de R$ 21,7 bilhões em investimentos nos projetos de construção e manutenção de 4.475 km em linhas de transmissão. A agência também está analisando empreendimentos para um 3º leilão, que deve acontecer em 2024.

A cerimônia de assinatura dos contratos foi realizada no Palácio do Planalto, mas sem a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que na mesma hora recebia o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB) para discutir medidas para ajudar o estado após o ciclone que devastou o Vale do Taquari. 

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