Reunião do Copom deve manter corte nos juros, que chegará a 12,75%
Professor de economia da UNB observa que há espaço para um corte ainda maior nos juros nas duas últimas reuniões desse ano do Comitê de Política Monetária do BC
Publicado 19/09/2023 13:08 | Editado 21/09/2023 07:44
Nesta terça-feira (19) e na quarta-feira (20), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) se reúne para a definição da Selic (a taxa básica de juros) sob expectativa de um novo corte de 0,5% – que levará a taxa para 12,75% ao ano. Depois de grande pressão do governo, dos movimentos sociais e da sociedade, o BC realizou o primeiro corte na taxa na última reunião, no início de agosto.
Antes nos absurdos 13,75% a.a., o corte levou a taxa para 13,25%. Nesta nova reunião outra redução deve ocorrer impulsionada pela queda da inflação.
Na ata sobre a reunião de agosto que cortou meio ponto percentual ficou indicado que há espaço para mais cortes na Selic este ano: “Com relação aos próximos passos, os membros do Comitê concordaram unanimemente com a expectativa de cortes de 0,50 ponto percentual nas próximas reuniões e avaliaram que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”, trouxe o comunicado.
O economista e professor da Universidade de Brasília (UnB), José Luís Oreiro, falou ao Portal Vermelho que acredita na manutenção de previsão de corte para esta reunião.
“A minha expectativa é de que haverá redução dos juros. Acredito que a redução será de 0,5%. Ou seja, o Banco Central continuará no mesmo ritmo de redução dos juros que iniciou na última reunião do Copom”, disse.
Sobre a expectativa de como os juros irão encerrar em 2023, o professor acredita que há espaço para uma aceleração no corte.
“Para as duas últimas reuniões desse ano é possível que o Banco Central acelere a queda dos juros para 0,75%. Caso isso ocorra, vamos ter uma queda de juros de 2,5%, então vamos fechar 2023 com uma Selic de 11,25% ao ano, esta é a minha expectativa”, explica.
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A queda que o professor se refere de 2,5% considera o corte da reunião de agosto em 0,5%, um novo corte no mesmo patamar na atual reunião e, caso ocorra, mais dois cortes de 0,75%, nas duas reuniões que restam ainda este ano, em 31 de outubro e 1 de novembro, e em 12 e 13 de dezembro a última do ano.
Uma perspectiva mais otimista do que a prevista pelo mercado, no Boletim Focus, que mantém a previsão de Selic em 11,75% ao final do ano.