Bolsonaristas fracassam na CPI do MST e anunciam fim da linha para a farsa
Ministro do STF suspendeu depoimento e presidente do colegiado anunciou que a CPI só voltará a ser reunir para votar relatório, A deputada Daiana Santos (PCdoB-RS) considerou uma “grande vitória” a derrota dos bolsonaristas no colegiado
Publicado 06/09/2023 08:00 | Editado 06/09/2023 18:26
Última trincheira dos bolsonaristas na Câmara dos Deputados, a CPI do MST fracassou no propósito de criminalizar as ações de um dos mais importantes movimentos sociais do país.
Depois do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspender os depoimentos mercados para a sessão desta segunda-feira (4), o presidente do colegiado, deputado Coronel Zucco (Republicanos-RS) jogou de vez a toalha.
Ele disse que o colegiado só voltará a se reunir para votar o relatório final do deputado Ricardo Salles (PL-SP), previsto para o dia 14 deste mês.
Para fúria do presidente e relator, Barroso considerou que o colegiado ultrapassou sua competência ao convocar gestores do Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas.
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A resposta veio por meio da Secretaria da CPI: “Por determinação do Presidente, Deputado Zucco, informo que tendo em vista as recentes medidas regimentais e judiciais que inviabilizaram a continuidade das ações, depoimentos, quebras de sigilo e outras providências necessárias ao esclarecimento dos fatos relacionados à indústria de invasões de terras no Brasil, esta Presidência informa aos Senhores e Senhoras Parlamentares integrantes desta Comissão Parlamentar de Inquérito que não haverá nenhuma outra reunião ou audiência até a oportuna apreciação do relatório final.”
A deputada Daiana Santos (PCdoB-RS) considerou uma “grande vitória” a derrota dos bolsonaristas no colegiado.
“Aquilo que questionávamos e denunciávamos como um ataque aos movimentos sociais e ao MST, agora fica muito evidente a partir do momento em que o presidente retira e cancela as últimas sessões”, disse a deputada.
Na avaliação dela, a dificuldade deles é pelo fato de não haver objeto definido. “Nós tivemos aí muitos e muitos depoimentos que não foram de forma alguma utilizados porque não conseguem se sustentar. O MST é um grande produtor de orgânico e da agricultura familiar”, defendeu.
Daiana disse que continuará atuante e atenta diante do relatório que está por vir. “Sem dúvida alguma vamos seguir nessas bases, trazendo a verdade como parte da nossa atuação, seguindo e acompanhando, porque aonde há luta existe a bancada do PCdoB”, afirmou.
“Lógico, a gente avisou que essa CPI estava fadada ao fracasso. Cometeram abusos e ilegalidades regimentais e jurídicas e achavam que ia ficar por isso mesmo. Acabou o palco para os bolsonaristas mentirem ao vivo”, afirmou a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR).
A deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) considerou mais uma derrota para Zuco e Salles.
“Agora é reta finalíssima. Dia 14 é o último dia. Bolsonaristas insistem, mas não têm força para prorrogar a comissão nem para aprovar o relatório. Vamos enterrar de vez essa CPI!”, postou a deputada na sua rede social.
Vice-líder do governo na Câmara, a deputada Adriana Accorsi (PT-GO) criticou a fala do presidente da CPI que determinou o fim das atividades dizendo que “os trabalhos foram inviabilizados”.
“Todo mundo sabia que a tentativa de criminalizar o MST ia fracassar e que eles estavam lá para promover mentiras. Não colou! MST é gigante!”, disse a líder.