No Piauí, Lula diz que Estado deve ser indutor do desenvolvimento
Investimentos do PAC previstos para o Piauí ultrapassam R$ 56 bilhões. Ao anunciar ações em Teresina, presidente defende que crescimento deve ser distribuído para todos
Publicado 31/08/2023 16:04 | Editado 01/09/2023 07:37
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, nesta quinta-feira (31), que o Estado brasileiro deve ser indutor do desenvolvimento e que o crescimento deve ser distribuído a todos. Sem mencionar Jair Bolsonaro, declarou ainda que em 2022 “tiramos uma praga que havia chegado neste país”.
As falas ocorreram durante cerimônia, em Teresina, em que foram anunciadas as ações do novo PAC no Piauí, com investimentos superiores a R$ 56 bilhões. “Tiramos uma praga que havia chegado neste país. Em 50 anos de vida política, nunca tinha visto nada igual. Nunca vi tanta mentira, tanta pregação de ódio.Como alguém trata a Covid como ele tratou?”, afirmou Lula.
“O que a gente quer”, destacou, “é que o Brasil volte a ser um país alegre, que seja desenvolvido, que coloque mais dinheiro na educação do que em armas, que fale mais de amor do que em ódio, um país que não tenha bala perdida matando criança ou jovem na periferia, que gere emprego e que esse emprego seja bem remunerado porque neste país os jovens serão mais bem formados”.
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Estado e desenvolvimento
Ao falar sobre o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o presidente destacou que “tem uma corrente política no Brasil que costuma dizer que tudo do Estado é ruim”, que “o Estado gasta mal e não sabe lidar com o dinheiro”. Em contraposição, salientou: “o que estamos fazendo aqui é provar que o Estado brasileiro, no nosso governo, vai ser indutor do desenvolvimento”.
O presidente também declarou que “crescimento econômico significa crescer e distribuir, não queremos um crescimento que fique apenas nas mãos de alguns, a gente quer um crescimento que seja repartido para que todas as pessoas possam melhorar de vida”.
Outro ponto tratado por Lula foi a aprovação do projeto de lei que prorroga a desoneração da folha de pagamentos para 17 setores da economia até 2027, aprovado ontem na Câmara dos Deputados. “Cada vez que desonera, que o governo federal perde receita, no fundo quem perde é o município, que recebe o Fundo de Participação”, explicou.
Lula acrescentou que é necessário colocar os empresários, os trabalhadores e o governo para discutir a desoneração “porque é preciso saber se isso vai beneficiar só o empresário ou se vai beneficiar os trabalhadores daquela empresa que têm o direito de ganhar alguma coisa pelo benefício que o governo deu para aquele setor da economia”.
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Desculpas a Dilma
Na cerimônia, o presidente também defendeu que haja um pedido de desculpas à ex-presidenta Dilma Rousseff pelo impeachment injusto que sofreu. “Dilma foi condenada por uma pedalada e agora a Justiça Federal de Brasília a absolveu, disse que ela não cometeu crime”, destacou Lula.
Ele acrescentou que “não é possível que se invente uma mentira, derrube uma presidenta, destrua parte do Brasil, depois a Justiça diz que aquele crime não existiu e ninguém pede desculpa. Fica uma coisa sem explicação para a sociedade, além da destruição da imagem da pessoa durante vários anos”.
Lula também exaltou o papel do ex-governador do Piauí e ministro do Desenvolvimento Social, Wellignton Dias, cuja pasta tem sido cobiçada pelo centrão. “Eu achava que era quase humanamente impossível aparecer um governador mais esperto que o Wellington”, declarou, elogiando também o atual governador, Rafael Fonteles (PT).
Ações anunciadas
Durante o ato, foram anunciados investimentos de R$ 56,5 bilhões do PAC no Piauí. Ao todo, serão 96 obras exclusivamente localizadas no estado e outras 25 envolvendo o estado com ligação regional. As ações incluem a duplicação da BR-343 (Teresina-Altos), a construção da BR-330, a adutora de Jaicós, a barragem Nova Algodões e moradias do Minha Casa, Minha Vida.
Os investimentos no Piauí seguem a seguinte divisão:
- Educação, ciência e tecnologia – R$ 14,6 bilhões
- Cidades sustentáveis – R$ 11,5 bilhões
- Transporte eficiente e sustentável – R$ 10,5 bilhões
- Transição e segurança energética – R$ 7,3 bilhões
- Água para todos – R$ 7,2 bilhões
- Inclusão digital e conectividade – R$ 3 bilhões
- Saúde – R$ 1,1 bilhão
- Inovação para indústria da defesa – R$ 900 milhões
- Infraestrutura social – R$ 300 milhões