CPMI do Golpe terá semana agitada com depoimentos de Torres e Delgatti

Anderson Torres, ex-ministro de Bolsonaro, depõe na próxima terça (8) e Delgatti na quinta (10), ambos envolvidos em atos golpistas

Presidente da comissão, Arthur Maia, Jandira Feghali, Rogério Correia e Eliziane Gama (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

A próxima semana promete ser quente na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga os atos golpistas do 8 de janeiro, a CPMI do Golpe. Na terça-feira (8) e na quinta-feira (10) irão depor no colegiado, respectivamente, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o hacker Walter Delgatti.

O ex-ministro de Bolsonaro é acusado de omissão e conivência com os atos golpistas que resultaram na invasão e depredação de prédios na Praça dos Três Poderes.

Torres era secretário de Segurança do DF quando dois dias antes dos atos fascistas mudou o comando da PM e viajou de férias para os Estados Unidos, onde estava Bolsonaro.

Após quatro meses presos, o ex-ministro usa tornozeleira eletrônica e precisa se apresentar à Justiça semanalmente.

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À Agência Senado, a relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), considerou importante o depoimento dele para colher detalhes sobre as operações de segurança na véspera do segundo turno das eleições presidenciais.

Além disso, a senadora quer mais informações sobre os ataques à sede da Polícia Federal, em Brasília, no dia 12 de dezembro e a tentativa de explosão de uma bomba em um caminhão tanque nas imediações do aeroporto de Brasília.    

Os parlamentares também vão cobrar informações sobre uma minuta golpista encontrada pela Polícia Federal na casa do ex-ministro de Bolsonaro após operação de busca e apreensão. 

Já Delgatti foi preso na quarta-feira (2) pela Polícia Federal (PF) por causa da invasão no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Ele contou à PF que foi levado pela deputada Carla Zambelli (PL-SP) para uma reunião com Bolsonaro, no Palácio da Alvorada, quando foi questionado pelo ex-presidente se poderia invadir as urnas eletrônicas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A convocação de Delgatii foi feita após a aprovação do requerimento, de autoria dos deputados Rogério Correia (PT-MG) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ), na sessão desta quinta-feira (3).

Quebra de sigilos

Também foi aprovado as quebras de sigilos de Mauro Cid, ex-ajudante de Bolsonaro, Anderson Torres, e do ex-ministro do GSI Gonçalves Dias.

A comissão aprovou a quebra de sigilo telefônico e telemático, que se refere a todas as comunicações à distância via serviços de informática em redes de telecomunicações.

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