Diálogos Amazônicos debaterá propostas para a Cúpula da Amazonia

Evento promovido pelo governo Lula, em Belém (PA) começa nesta sexta (4) e deve reunir cerca de 10 mil pessoas com objetivo de ouvir a voz de quem vive na região amazônica

Floresta amazônica | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Nos próximos dias 4, 5 e 6 de agosto, Belém, no Pará, será o epicentro dos Diálogos Amazônicos, evento de grande relevância que reunirá representantes da sociedade civil organizada, movimentos sociais, academia, centros de pesquisa e agências governamentais do Brasil e de outros países amazônicos. Com o objetivo de pautar novas estratégias para a região, os participantes terão a oportunidade de debater os desafios e potencialidades da Amazônia, a maior floresta tropical do planeta.

O evento é uma iniciativa coordenada pela Secretaria-Geral da Presidência da República em parceria com o Ministério das Relações Exteriores, com o apoio do Governo do Estado do Pará e da Prefeitura de Belém. Ao longo de três dias, mais de 10 mil pessoas são esperadas para participar das atividades que ocorrerão no Hangar Centro de Convenções e Feiras.

“Os Diálogos Amazônicos são um processo extremamente rico de debate. São os movimentos sociais de todos os países amazônicos, mais o Brasil, colocando seu olhar sobre os problemas, sobre as potencialidades e sobre as possibilidades da floresta amazônica. E nesse processo de interação com a cúpula dos países. Então o que será feito nos diálogos, ele será apresentado na Cúpula para os chefes de Estado. Eu acho que temas como a mudança do clima, como os povos indígenas da Amazônia e uma necessidade de um projeto de inclusão para a região, esse processo de debate acerca da agroecologia e dos trabalhadores que sobrevivem da floresta, a necessidade do combate ao garimpo ilegal. Eu acho que esses temas são temas que têm necessidade de serem debatidos e que com certeza ganharão protagonismo nesse processo.” explicou Márcio Macêdo, ministro da Secretaria-Geral da Presidência.

A programação oficial do evento prevê um conjunto de oito plenárias – cinco sínteses e três transversais, com três mil participantes cada – para tratar de questões como mudança do clima, agroecologia e sociobioeconomia da região, proteção do território e seus povos, erradicação do trabalho escravo, saúde, soberania e segurança alimentar, e pesquisa e desenvolvimento para pensar o futuro da floresta, entre outras. Cada uma das plenárias-sintese contará com sete expositores, sendo quatro da sociedade civil e três representantes governamentais, pelo menos um brasileiro em cada categoria.

Já as plenárias transversais vão debater as situações de públicos específicos como mulheres, jovens e os negros na região amazônica. As três reuniões acontecerão no mesmo espaço das plenárias-síntese, no intervalo entre as duas reuniões principais que acontecerão nos dias 5 e 6 de agosto.

Além dessas plenárias, estão previstas cerca de 405 atividades organizadas por movimentos sociais, entidades ou organismos públicos e privados participantes do evento.

Programação

A programação dos Diálogos Amazônicos terá início na sexta-feira, 4 de agosto, no Hangar Centro de Convenções e Feiras. Das 13 às 16 horas, ocorrerá a primeira plenária transversal com o tema “Mulheres na Panamazônia – Direitos, Corpos e Territórios por Justiça Socioambiental e Climática”. Em seguida, das 16 às 19 horas, a plenária-síntese abordará a participação e a proteção dos territórios, ativistas, sociedade civil e povos das florestas e das águas no desenvolvimento sustentável da Amazônia, incluindo a erradicação do trabalho escravo no território. Às 19 horas, será realizada a cerimônia de abertura, com a presença de diversas autoridades.

No dia 5 de agosto, as atividades começarão às 9h com a segunda plenária-síntese intitulada “Saúde, soberania e segurança alimentar e nutricional na região amazônica: ações emergenciais e políticas estruturantes”. À tarde, entre 13 e 16 horas, a segunda plenária transversal trará o debate sobre as juventudes na Amazônia e como pensar o futuro da região a partir da ciência, tecnologia, inovação e pesquisa acadêmica, além da transição energética. A terceira plenária-síntese acontecerá das 17 às 20 horas e abordará a mudança do clima, agroecologia e as sociobioeconomias da Amazônia, com enfoque no manejo sustentável e nos novos modelos de produção para o desenvolvimento regional.

Encerrando o evento, no dia 6 de agosto, a quarta plenária-síntese ocorrerá das 9 às 12 horas e terá como tema “Inclusão dos Povos Indígenas na Amazônia”. À tarde, entre 13 e 16 horas, a quarta plenária transversal abordará o tema “Amazônias Negras e: Racismo Ambiental, Povos e Comunidades Tradicionais”.

Confira a programação completa aqui

A partir dos debates realizados nas plenárias, especialmente nas plenárias-síntese, serão produzidos cinco relatórios que serão entregues aos oito presidentes dos países amazônicos – Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela – presentes à Cúpula da Amazônia, que ocorrerá nos dias 8 e 9 de agosto, também em Belém. Esses relatórios serão de extrema importância para orientar a implantação de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento sustentável de toda a região amazônica. Os chefes de Estado definirão prioridades a serem levadas a outros fóruns, como a Assembleia-Geral da ONU e a COP-28.

Os Diálogos Amazônicos representam um esforço conjunto da sociedade civil e governos para enfrentar os desafios e encontrar soluções para a preservação e desenvolvimento da maior floresta tropical da Terra. A participação de diversos segmentos da sociedade é fundamental para a construção de um futuro mais sustentável e justo para a região e seus povos.

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com agências

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