New York Times: Sanções ainda funcionam?

Mais: Minsk nega invasão do espaço aéreo polonês / Crescimento econômico mundial irá desacelerar / Corrupção na Ucrânia / Confiança do empresariado alemão piora.

O Conselho Editorial do jornal estadunidense New York Times, veículo porta-voz oficioso do imperialismo, publicou, no dia 22/7, um texto referindo-se aos “riscos de uma das ferramentas mais duras do arsenal de política externa dos Estados Unidos”, as sanções. No artigo, o Conselho Editorial levanta as seguintes questões sobre a eficácias das sanções econômicas aplicadas de forma abundante por Washington: “Quando as sanções param de funcionar? Ou pior ainda, quando elas começam a trabalhar contra os melhores interesses dos Estados Unidos? (…) Os legisladores recorrem às sanções com tanta frequência – os Estados Unidos respondem por 42% das sanções impostas em todo o mundo desde 1950, de acordo com o banco de dados de sanções globais da Drexel University – em parte porque são consideradas de baixo custo, especialmente em comparação com a ação militar. Na realidade, os custos são substanciais. Eles são suportados por bancos, empresas, civis e grupos humanitários, que assumem o ônus de colocar (as sanções) em prática, cumpri-las e mitigar seus efeitos. As sanções também podem afetar pessoas vulneráveis, muitas vezes pobres e vivendo sob governos repressivos, como documentam cada vez mais os acadêmicos (…) Embora as sanções sejam fáceis de impor (existem dezenas de programas de sanções executados por várias agências federais), elas são política e burocraticamente difíceis de suspender, mesmo quando não atendem mais aos interesses dos EUA. O que é pior, as sanções também escapam do escrutínio público significativo. Poucas autoridades são responsabilizadas pelo fato de uma sanção específica não estar funcionando como pretendido, prejudicando desnecessariamente pessoas inocentes ou minando os objetivos da política externa (…) As sanções destinadas à mudança de regime muitas vezes encorajam o desafio, não a reforma. Elas têm um histórico terrível, como mostram os casos de Cuba, Síria e Venezuela. Na Venezuela, sanções indefinidas com uma ambição radical – derrubar o ditador Nicolás Maduro – conseguiram até agora o oposto (…) a política (de sanções) não conseguiu tirar Maduro do poder. Em vez disso, ele consolidou seu controle sobre a Venezuela, culpou sua miséria econômica pelas sanções dos EUA e aproximou seu país da Rússia e da China. As sanções são profundamente impopulares na Venezuela, de acordo com inúmeras pesquisas de opinião. Até mesmo o representante da oposição venezuelana nos Estados Unidos, que antes apoiava amplas sanções, recentemente pediu a Biden que suspendesse as sanções ao petróleo”. É claro que as ponderações do NYT vêm embrulhadas nas mentiras de sempre sobre as supostas motivações honrosas da política de sanções. Chegam a mencionar, entre os casos de sucesso das sanções, o fim do apartheid na África do Sul, quando o fato histórico é que, até o governo Regan, Washington apoiava o regime racista. A CIA, em 1963, ajudou a prender Nelson Mandela,  que só sairia da prisão em 1990 e, atenção, apenas foi retirado pelos EUA da lista de terroristas em 2008! Enfim, o NYT não está refletindo sobre as sanções de forma honesta, mas expressa os impasses de um poder imperial decadente em busca de novas respostas aos desafios atuais, já que as antigas estão mostrando pouca eficácia para atingir os objetivos de sempre: garantir o domínio planetário a serviço do capital.

Rússia defende armas nucleares na Bielorrússia, Minsk nega invasão do espaço aéreo polonês

Alexei Polischuk, diretor do departamento do Ministério das Relações Exteriores da Rússia para a Comunidade de Estados Independentes (CEI), declarou nesta segunda-feira (31) que a decisão do Kremlin de implantar armas nucleares táticas na Bielorrússia é uma resposta legítima “à política de desestabilização nuclear que a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e Washington vêm aplicando há anos” contra Moscou e Minsk. A atitude do Kremlin, acrescenta o responsável russo, representa “uma medida dissuasiva, para garantir a segurança” dos dois aliados, que têm um espaço de defesa comum. A Rússia afirma que a implantação de armas nucleares táticas na Bielorrússia é uma resposta ao alargamento da OTAN. Diante dessa circunstância, o funcionário russo deixou claro que “uma hipotética retirada das armas nucleares táticas da Rússia do território bielorrusso só será possível se os Estados Unidos e a OTAN abandonarem sua política destrutiva, que consiste em minar intencionalmente a segurança da Rússia e da Bielorrússia. Isso implica a repatriação de todas as armas nucleares dos EUA da Europa e o desmantelamento da infraestrutura correspondente”. Nesta terça-feira (1º) a Polônia, país membro da OTAN, mobilizou mais tropas para a fronteira com Belarus, alegando que, durante exercícios militares, helicópteros deste país teriam violado o espaço aéreo polonês, o que Minsk nega. “Nenhuma violação do espaço aéreo (polonês) por helicópteros Mi-24 e Mi-8 ocorreu”, disse o ministério da defesa em um comunicado divulgado pela RT, observando que, sem confirmação objetiva, a Bielorrússia considera a alegação da Polônia “o equivalente a um conto de fadas”.

Crescimento econômico mundial irá desacelerar em 2023, afirma relatório

De acordo com a última edição do “World Economic Outlook” (Perspectivas da Economia Mundial – relatório WEO), as previsões são de que o crescimento econômico global vai desacelerar, de 3,4% no ano passado para 2,8% este ano. Espera-se que o crescimento acelere para 3% no próximo ano. Em um cenário alternativo com maior estresse no setor financeiro, o crescimento global desaceleraria para cerca de 2,5% em 2023. No longo prazo, o crescimento deverá permanecer em torno de 3% nos próximos cinco anos. A previsão básica de cinco anos de 3% até 2028 é a projeção de crescimento de médio prazo mais baixa desde 1990, bem abaixo da média de 3,8% dos últimos 20 anos.

EUA preocupados com nível de corrupção na Ucrânia

A corrupção na Ucrânia pode colocar em risco a eficácia da ajuda de Washington a Kiev, é o que transparece em um comunicado à imprensa do Gabinete do Inspetor Geral (OIG, na sigla em inglês) do Departamento de Defesa dos EUA, divulgado nesta segunda-feira. Funcionários da OIG foram a Kiev e reuniram-se com autoridades ucranianas durante a semana passada. Diz trecho do comunicado: “Na Ucrânia, os líderes do OIG reuniram-se com o primeiro-ministro ucraniano, o ministro da Defesa, o ministro das Finanças, a liderança do Bureau Nacional Anticorrupção da Ucrânia, organizações da sociedade civil ucraniana e outros líderes ucranianos para discutir os esforços para garantir a supervisão e a responsabilidade da programação dos EUA para apoiar a Ucrânia (…) os líderes do OIG enfatizaram a importância de receber acesso oportuno e transparente às informações do governo da Ucrânia para aumentar a capacidade do OIG de conduzir auditorias e investigações independentes relacionadas a programas e operações financiados pelos EUA”. Implicitamente admitindo que existe desvio de recursos, Diana Shaw, Inspetora-Geral Adjunta, declarou que os EUA estão empenhados “em erradicar qualquer fraude, desperdício ou atividades corruptas que possam desviar a assistência tão fundamental para o sucesso final da Ucrânia.”

Índice de confiança do empresariado alemão piora pelo 3º mês seguido

Segundo a Europa Press, a confiança dos empresários alemães registrou em julho sua terceira queda mensal consecutiva, conforme refletido no índice elaborado pelo Instituto de Pesquisas Econômicas de Munique, que ficou em 87,3 pontos, ante 88,6 no mês anterior, a pior leitura desde novembro 2022. Por setores, na manufatura, o índice de clima de negócios caiu em julho. No setor de serviços também houve deterioração da confiança e maior insatisfação com a situação atual. No comércio o clima de negócios igualmente piorou com maior pessimismo nas expectativas e os distribuidores avaliaram o cenário de forma negativa.

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