Queda no desmatamento na Amazônia pode chegar a 80% neste mês
“Dados da primeira quinzena de julho mostram uma queda abrupta do desmatamento detectado na Amazônia quando comparado com julho de 2022″, observou o coordenador-geral da MapBiomas, Tasso Azevedo
Publicado 30/07/2023 17:26 | Editado 31/07/2023 14:55
O coordenador-geral da MapBiomas, Tasso Azevedo, prevê uma queda considerável no índice de desmatamento da Amazônia se comparado a taxa neste mês com o mesmo período do ano passado. De acordo com ele, a queda pode ser de até 80%.
“Dados da primeira quinzena de julho mostram uma queda abrupta do desmatamento detectado na Amazônia quando comparado com julho de 2022. Se a tendência permanecer na segundo quinzena a queda pode chegar a 80%”, revelou o engenheiro florestal.
“Que diferença fazem políticas públicas orientadas para combater o desmatamento na Amazônia”, observou Azevedo.
Leia mais: Amazônia deve alcançar PIB de R$ 40 bi/ano com bioeconomia
Os índices de fato são surpreendentes. Por exemplo, até o dia 14 deste mês, dados do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), revelavam que havia sido desmatado na região 119 km².
Em julho de 2022, o Inpe indiciou que houve derrubada de florestas na região numa área de 1.487 km² .
No ano passado, o MapBiomas divulgou relatório apontando que o dia que houve maior área desmatada foi o 25 de julho, com 6.945 hectares desmatados, equivalente a 8.400 campos de futebol.
Julho de 2022 também foi considerado o sexto mês com mais alertas de desmatamento desde o início do governo de Jair Bolsonaro.
Em julho no primeiro ano de Bolsonaro houve desmatamento de 2.255 km². Os anos seguintes continuaram com altas taxas: 1.659 km² (2020) e 1.498 km² (2021).
Especialistas dizem que julho é tradicionalmente o mês com pior taxa, período de clima seco na Amazônia, o que facilita a ação dos desmatadores.
No mês passado, também no período seco, a Amazônia teve o melhor junho desde 2018. A queda na devastação chegou a 41% em comparação com o mesmo mês de 2022, passando de 1.120 km² para 663 km².
No primeiro semestre deste ano, o desmatamento na Amazônia caiu 33,6% em relação ao mesmo período do ano passado.