Marcio Pochmann será o novo presidente do IBGE

Economista e professor na Unicamp, Pochmann foi confirmado nesta quarta (26) pelo ministro Paulo Pimenta, da Secom.

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O economista Marcio Pochmann foi confirmado, nesta quarta (26), para presidir o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). O ministro Paulo Pimenta, da Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom), confirmou a indicação do governo para chefiar o órgão.

“O Marcio Pochmann vai ser o novo presidente do IBGE e não tem nenhum ruído quanto a isso”, declarou Paulo Pimenta ao deixar o Palácio da Alvorada.

Pochmann vai assumir a vaga de Cimar Azevedo, que comandava o IBGE interinamente desde 3 de janeiro, após a saída de Eduardo Rios Neto.

O novo presidente assumirá uma instituição com 85 anos de história e que enfrenta diversos desafios nos últimos tempos. Entre eles, a realização do Censo Demográfico, a contratação de novos funcionários e a disponibilidade de recursos para funcionamento, além da modernização da legislação estatística e da atualização de pesquisas.

Realizada a cada dez anos, a operação do Censo em 2020 foi adiada por duas vezes. Primeiro por causa da pandemia e depois, em 2021, por falta de recursos orçamentários. A coleta começou em agosto de 2022 e demorou dez meses para ficar pronto, sete meses a mais do que foi previsto inicialmente.

Como presidente, Pochmann terá que coordenar a revisão dos dados do Censo. O órgão contará com o auxílio do Fundo de População, das Nações Unidas, agência de desenvolvimento da ONU que cuida de estudos populacionais.

Outro importante desafio da próxima gestão é a recomposição do quadro de funcionários. Segundo o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do IBGE (Assibge), de 2015 até o fim de 2022, o órgão perdeu cerca de 29% dos trabalhadores efetivos do órgão.

Em 2015, em 5.644 funcionários efetivos e 5.355 temporários, contra 4.009 efetivos e 5.028 temporários, em 2022. Sem a recomposição do quadro as pesquisas atuais e suas atualizações ficam comprometidas.

Além do Censo Demográfico, o IBGE é responsável pela realização da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), encarregada por fornecer informações contínuas sobre a inserção da população no mercado de trabalho; do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), usado para observar tendências de inflação; e do Censo Agropecuário, principal investigação estatística e territorial sobre a produção agropecuária do país.

O novo indicado nasceu na cidade gaúcha de Venâncio Aires (a 129 km de Porto Alegre) e se formou pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), em 1984 e tornou-se professor da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) em 1989.

Figura histórica ligada ao PT, Pochmann presidiu o Instituto Lula e a Fundação Perseu Abramo (fundação do PT voltada a elaboração de estudos, debates e pesquisas). De 2007 a 2012, comandou o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Em 2012 e 2016, Pochmann disputou a prefeitura de Campinas (SP), mas perdeu as duas eleições. Em 2018, coordenou o programa econômico do então candidato à presidência da República pelo PT Fernando Haddad. No fim do ano passado, após a eleição de Lula, o economista fez parte da equipe de transição do governo, participando do grupo de Planejamento, Orçamento e Gestão.

Membro da corrente de economistas ligada à Universidade de Campinas (Unicamp), caracterizada pela defesa do desenvolvimentismo econômico e da indústria nacional, Pochmann acumula pesquisas nas áreas de desenvolvimento, políticas públicas e relações de trabalho.

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