Manifestantes vão às ruas contra a reforma judicial de Netanyahu

Protestos em Jerusalém e Tel Aviv são marcados pela repressão policial. Extrema-direita quer limitar a Suprema Corte no país após denúncias de corrupção

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Os protestos contra uma lei que retira poderes da Suprema Corte em Israel se intensificaram. Apresentada pelo governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, o Parlamento aprovou a primeira parte da reforma judicial que limita os poderes da Suprema Corte.

Netanyahu enfrenta três indiciamentos por corrupção e busca alguma forma de evitar ir para a prisão.

Milhares de manifestantes se reuniram do lado de fora do Knesset, o Parlamento do Estado israelense, para protestar contra a aprovação do projeto de lei chamado de “padrão da razoabilidade”.

Primeira de uma série de propostas, a lei aprovada pelos parlamentares proíbe que os tribunais usem o “padrão da razoabilidade” para invalidar decisões do governo ou do legislativo. Em janeiro, por exemplo, o Supremo determinou o afastamento de Aryeh Deri, então número dois do governo, devido a uma condenação por fraude fiscal. Deri havia confessado o crime.

O premiê defende a reforma para conter o que ele chama de ativismo da Justiça. Já a oposição critica a proposta uma vez que ela removeria os contrapesos de um Estado democrático de direito. Especialistas afirmam que Israel caminha para uma escalada autoritária nos moldes da Hungria, de Viktor Orbán.

Na noite desta segunda, os manifestantes tomaram as ruas das principais cidades do país. Em Tel Aviv, os civis se reuniram aos milhares em Kaplan, local central dos protestos. Na periferia da cidade uma viatura policial avançou contra manifestantes, deixando feridos.

Em Jerusalém, sob ordens diretas do ministro Itamar Bem Gvir, ministro da Segurança Nacional e chefe do partido Força Judaica, de extrema-direita, a polícia reprimiu os protestos utilizando jatos de água conhecidos como “água de gambá”.

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